quinta-feira, 13 de setembro de 2018

➤BOA NOITE!

SEMANA DAS GRANDES CANTORAS
ELIS REGINA
FASCINAÇÃO

➤Renato Duque

TRF4 aumenta pena para 28 anos


O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) manteve nesta quarta-feira a condenação do ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras, Renato Duque, pelo crime de corrupção passiva. No julgamento do recurso de apelação criminal, a 8ª Turma do tribunal ainda aumentou a pena de dez anos para 28 anos, cinco meses e dez dias de reclusão. Duque foi condenado em agosto do ano passado pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

A sentença foi proferida em processo da Operação Lava Jato que investigou a formação de um cartel pela construtora Andrade Gutierrez e outras empreiteiras para garantir contratos com a Petrobras. A defesa de Duque tentava anular a decisão de Moro no processo.

"Os depoimentos dos colaboradores são firmes e coerentes no sentido de que o acusado, na condição de diretor da Petrobras, recebia vantagem ilícita das empreiteiras participantes do 'clube', consistente em porcentagem de cada contrato firmado por estas com a estatal; em troca, permanecia silente a respeito da existência do cartel e recebia dos executivos a lista de empresas que deveriam ser convidadas para licitação de determinada obra", destacou o relator do processo na corte, desembargador federal João Pedro Gebran Neto.

Gebran Neto acrescentou que os depoimentos dos colaboradores da Lava Jato foram respaldados pela comprovação dos pagamentos realizados pela Andrade Gutierrez, cujos valores eram repassados, em parte, a Duque.

Agência Brasil

➤Mangaratiba

Mansão de Cabral é leiloada por R$ 6,4 milhões


A mansão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral foi leiloada na tarde desta quinta-feira (13) por R$ 6,4 milhões, o lance inicial estabelecido pelo imóvel nesta sessão. Foi a única proposta pelo imóvel, que fica em Mangaratiba, na Costa Verde fluminense. O valor poderá ser parcelado.

Por volta das 16h houve uma proposta abaixo do lance inicial, mas posteriormente o advogado que representava o interessado concordou em igualar os R$ 6,4 milhões.

Três apartamentos, três carros e seis relógios já tinham sido vendidos anteriormente no leilão, que incluiu bens de vários presos na Operação Lava Jato no Rio - entre eles Cabral e sua mulher, Adriana Ancelmo.

No primeiro dia de leilão, não houve lances pela mansão em Mangaratiba, casa de verão de Cabral durante seu governo, de 2007 a 2014. A mansão, que tem 462 metros quadrados, duas piscinas, sauna e churrasqueira foi avaliada inicialmente em R$ 8 milhões.

A mansão, que fica no condomínio Portobello, foi sequestrada pela Justiça Federal, onde acontece o leilão, e foi uma das formas encontradas de reverter R$ 224 milhões do casal após condenações no âmbito da Lava Jato.

Portal G1

➤Germano Oliveira

Haddad, o bobo da corte*

Nas monarquias de antigamente, o bobo da corte era encarregado de entreter os reis e rainhas. Hoje, o bobo da corte precisa satisfazer os desejos de diversão de seus mandatários, que agem como donos dos desígnios do séquito que comandam. Fernando Haddad, ao se submeter ao papel de ser o candidato de Lula, rezando unicamente na sua cartilha, sem vontade e ideias próprias, torna-se o bobo da corte de Lula.

Inicialmente, Haddad precisou se humilhar sustentando uma candidatura a vice-presidente, quando na verdade o pretenso candidato a presidente estava enjaulado na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Todos sabiam que Lula não poderia ser candidato por ter sido condenado em segunda instância por causa do tríplex do Guarujá. E condenado em segunda instância é automaticamente ficha suja e, portanto, inelegível. Mas mesmo assim manteve sua ilegal candidatura de dentro da cadeia, obrigando Haddad, seu pau mandado, a rodar o País como seu vice, quando, na verdade, já se sabia que ele seria o candidato a presidente. Mas ele estava proibido de dizer isso. Agiu como menino do colégio, que não pode revelar um segredinho do amigo.

Haddad teve que se submeter até ao ridículo papel de coadjuvante da palhaçada de Lula ao pedir votos no Nordeste em seu nome. Até chapéu de couro nordestino o professor da USP teve que vestir. Quando precisou substituir seu nome pelo de Haddad, como forma de garantir um nome do PT nas urnas eletrônicas no dia 7 de outubro, Lula guindou o ex-prefeito à condição de marionete. Haddad tem que repetir tudo o que o seu mestre mandar nas andanças pelo País.  Com essa postura, Haddad praticamente dá adeus a uma carreira política com ideias próprias. Passará a ser o novo bobo da corte de Lula, assim como em 2010 era a amalucada Dilma.

*Germano Oliveira é editor de política da ISTOÉ

➤Ricardo Noblat

A verdade sobre o atentado a Bolsonaro

Quem tenta assassinar um candidato a presidente da República, da forma como o fez o ex-pedreiro Adélio Bispo de Oliveira em Juiz de Fora, é um louco, mentalmente desequilibrado a julgar pelas mensagens confusas que costumava postar em sua página no Facebook, à procura de fama instantânea.

Mas pode também não ser só isso. O agressor do deputado Jair Bolsonaro (PSL) pode ter estado a serviço de quem desejava tirar Bolsonaro do páreo presidencial ou simplesmente implodir o processo eleitoral brasileiro, sabe-se lá por que e com qual objetivo. É o que precisa e deve ser investigado também.

A princípio, dava-se como certo que Bispo agira por sua própria conta e risco, sem ajuda de ninguém. O ministro Raul Jungmann, da Segurança Pública, até falou em ação de “um lobo solitário”. Mas surgiram evidências para reforçar a suspeita de que Bispo obedeceu a ordens de um desconhecido, ou de mais de um.

Bispo treinou tiro ao alvo em um clube paulista, frequentado por filhos de Bolsonaro. Bispo pagou adiantada sua hospedagem por 15 dias em uma pensão de Juiz de Fora. Bispo tinha um laptop novo. Bispo usou computadores de uma lan house por mais de uma semana antes de dar a facada no candidato.

E aqui vem a parte mais interessante da história: o sujeito que passara por 12 empregos em sete anos e estava desempregado, possuía um cartão de crédito internacional do Itaú, dois cartões da Caixa Econômica Federal (um de conta corrente e outro de conta poupança), além de extratos dos dois bancos em nome dele.

A quem interessava matar ou apenas ferir Bolsonaro – e por quê? O que esperava ganhar com isso? A mesma pergunta espera há seis meses uma resposta que esclareça de uma vez por todas o assassinato no centro do Rio da vereadora Marielle Franco (PSOL).

Portal VEJA

➤Minas Gerais

Justiça manda governo devolver 323 carros

A montadora General Motors obteve ontem uma decisão em caráter liminar na 6.ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte que determina que o governo de Minas Gerais devolva 323 veículos adquiridos em licitação cujo contrato de R$ 24 milhões não foi pago.

A ação judicial foi uma forma que a companhia encontrou de não cair nas dívidas que serão pagas por precatórios, o que pode significar cerca de uma década de espera para receber, em meio ao caos financeiro vivido pelo governo mineiro.

Os veículos, modelo SPIN,  foram entregues pouco antes do início da campanha do governador Fernando Pimentel (PT) à reeleição. A montadora entregou os veículos entre os meses de maio e abril de 2018. A renovação da frota estadual está sendo tema de propagandas de rádio e TV do candidato. Ainda de acordo com essa mesmas fontes, outras montadoras também estariam com dificuldade para receber os valores previstos em contrato.

Em sérias dificuldades financeiras, incluindo problemas de atendimento em serviços básicos, como hospitais, o governo de Minas Gerais liderou o não pagamento de dívidas com a União em julho.

Segundo informação divulgada no fim de agosto pelo Tesouro Nacional, Minas deixou de pagar R$ 417,27 milhões em dívidas no mês. O valor é referente a quase 70% de todos os valores que o Tesouro teve de honrar no período.

Agência Estado

➤Tudo preparado

Vídeos e áudios evidenciam encenação petista
A profusão de vídeos e áudios em que Lula apresenta Fernando Haddad e faz, de viva voz e em imagem, a transição para seu novo “poste” é a evidência maior de que o PT encenou de abril a setembro uma farsa diante da Justiça, da imprensa e do próprio eleitorado. Haddad já era o escolhido antes mesmo de Lula ser preso, em 7 de abril. O partido sabia das parcas chances de candidatura de Lula, mas a esticou ao máximo em busca de uma narrativa de vitimização e de elevar a empatia com o líder preso.

O agora candidato, que tentará doravante se vender como alguém com ideia e biografia próprias, para tentar atrair um eleitorado avesso ao PT, se imbuiu do papel na farsa docemente: foi primeiro coordenador de programa de governo, depois vice, depois “advogado” de Lula e, por fim, seu sucessor. / Vera Magalhães

➤William Waack

A ‘voz rouca’ das ruas


A consagrada expressão “voz rouca” das ruas deve vir do fato de que uma voz rouca mal se distingue, às vezes nem se entende, sugere algum problema afetando as cordas vocais e o som se parece a alguma coisa gutural, vinda de um fundo indefinido.

Pois mesmo assim a rouca voz das ruas no Brasil está dando um recado inconfundível na reta final para o primeiro turno das eleições. Ela já diminuiu pela metade o tamanho do grande ponto de interrogação que perdurava até poucos dias atrás, e parece ter colocado Jair Bolsonaro confortavelmente no segundo turno.

Bolsonaro atende exatamente a essa “demanda” rouca das ruas e espalhada (a julgar pelo mais recente Ibope) por segmentos dos mais diversos em termos de idade, condição socioeconômica, gênero, raça e escolaridade – ao mesmo tempo em que esse candidato enfrenta renhida rejeição nos mesmos segmentos mencionados. Haja rouquidão!

Na metade que sobrou do grande ponto de interrogação – quem vai para o segundo turno contra Bolsonaro – desponta como um candidato bastante competitivo no empate quádruplo o nome de Ciro Gomes. Não importa o que Bolsonaro ou Ciro tentem transmitir sobre qualquer assunto, ambos se destacam fortemente pela contundência.

É aquilo que os analistas de pesquisas chamam de “autenticidade”, um fator que boa parte do eleitorado parece prezar hoje acima do que candidatos estão dizendo. Não deveria causar espanto quando se considera que segurança pública e corrupção são componentes essenciais hoje ao se tentar entender preferências eleitorais.

Em outras palavras, não há um “tema”, um “assunto”, um “eixo” em torno do qual se possa e definir o debate nesta fase derradeira do primeiro turno. O que existe é um enorme conteúdo emotivo – no qual o atentado contra Bolsonaro o beneficiou numa fase crítica para a candidatura dele, mudando a eleição – difuso e incapaz de diferenciar entre “propostas concretas”.

Note-se que até agora nenhuma candidatura conseguiu impor um mote à disputa, apesar de algumas tentativas como Marina versus Bolsonaro na questão envolvendo mulheres, por exemplo. O principal “evento” da campanha, capaz de alterar boa parte do ritmo, foi um atentado que, evidentemente, escapava ao controle de qualquer dos participantes.

Essa mesma rouquidão não parece favorecer Marina, cuja imagem sugere uma certa fragilidade, e muito menos Geraldo Alckmin, cuja candidatura não consegue se desvencilhar, nesta fase da corrida, do carimbo de ser mais do mesmo, além dos recentes golpes desferidos pela Lava Jato contra figuras do PSDB.

Resta considerar o que ainda consegue a voz mais rouca de todas, a de Lula, que fez uma arriscadíssima jogada contra o tempo ao insistir numa candidatura que se sabia impossível, apostando que conseguiria em último momento transferir quantidade suficiente de votos para colocar o poste Fernando Haddad no segundo turno. Há grande divergência entre analistas, todos apoiados em diversas pesquisas, sobre essa capacidade. Neste momento, dou mais chances a Ciro de disputar contra Bolsonaro.

Mesmo que essa hipótese não se confirme (não tenho bola de cristal e a eleição continua indefinida), é curioso notar como as várias candidaturas se articulam para tentar gerar uma “onda” de voto útil já bem antes das famosas 36 horas finais (quando essas “ondas” são decisivas). Elas já se apresentam como único remédio capaz de bloquear o “perigo” representado por adversários e, claramente, apelam ao medo do pior.

Admitindo que melhor, não são.

Portal Estadão

➤OPINIÃO

A 'Paixão' de Lula

Ganha cada vez mais contornos místicos a narrativa do PT sobre os dissabores político-penais de Lula da Silva. É verdade que o próprio ex-presidente, em mais de uma ocasião, comparou-se a divindades, mas agora, oficialmente impedido de concorrer à Presidência, o demiurgo faz o que pode para encarnar a figura de um “messias”.

Na carta em que anunciou a candidatura de Fernando Haddad à Presidência, escrita em seu escritório eleitoral em Curitiba e lida por seus fiéis como se fosse a palavra divina revelada, Lula, depois de reafirmar pela enésima vez que se considera vítima de um julgamento político, declarou que “um dia a verdadeira justiça será feita e será reconhecida minha inocência” – e então, como se fosse um versículo sobre a “Paixão” de Lula ressuscitado, emendou: “E nesse dia eu estarei junto com o Haddad para fazer o governo do povo e da esperança. Nós estaremos lá, juntos, para fazer o Brasil feliz de novo”.

O tom manifestamente religioso da mensagem mal disfarça o verdadeiro sentido dessa pregação lulopetista: anunciar que, se Haddad for eleito, Lula espera ser beneficiado com a liberdade e, ato contínuo, tornar-se o presidente de fato, enquanto o ex-prefeito de São Paulo estará lá apenas para fazer figuração.

Uma campanha eleitoral feita nesses termos não tem como ser encarada com seriedade. É absolutamente inútil discutir as ideias do candidato do PT à Presidência, porque se trata somente de um regra-três – mencionado apenas a partir do 12.º parágrafo da tal carta de Lula que, em tese, deveria servir para apresentar Haddad aos eleitores.

Sendo assim, é ocioso especular se Haddad poderá, no decorrer da campanha, moderar o discurso fanático adotado pelo PT desde a prisão de Lula, a fim de conquistar eleitores fora da seita lulopetista. Mesmo na hipótese de que resolva se apresentar como um candidato maleável, disposto ao diálogo e comprometido de alguma forma com a responsabilidade fiscal, o que poderia ser suficiente para acalmar um pouco os que temem a radicalização prometida pelo discurso incendiário lulopetista, Haddad provavelmente enfrentará dura oposição não de seus adversários políticos, mas sim de seus próprios correligionários.

Os primeiros sinais desse atrito não tardaram a surgir. Antes mesmo de ser anunciado como candidato, Haddad, segundo reportagem do Estado, foi advertido pelas alas mais radicais do PT de que só aceitaram a indicação de seu nome para disputar a Presidência porque Lula assim o quis e não admitirão qualquer inflexão na campanha que sugira o abrandamento da retórica vingativa do PT.

Assim, a carta de Lula e o início humilhante da campanha de Haddad indicam um espírito francamente contrário ao que, na campanha presidencial de 2002, resultou na famosa Carta aos Brasileiros – quando Lula se comprometeu a manter os fundamentos da economia para domar a aflição dos mercados e da sociedade ante a perspectiva de sua eleição. Um movimento político como aquele na direção da moderação parece ser impossível hoje, uma vez que o PT é prisioneiro de Lula – cujo único propósito é sair da cadeia, mesmo que, para isso, tenha que desmoralizar a própria eleição, a exemplo do que vem fazendo, aqui e no exterior, com a Justiça brasileira.

Não surpreende, portanto, que haja profunda inquietação com a evolução da campanha eleitoral. Há razões para acreditar que, se as forças do centro político não se unirem e arregimentarem suficiente apoio eleitoral, os brasileiros podem se ver diante da trágica situação de ter de escolher o próximo presidente entre candidatos que se apresentam não como futuros chefes de Estado, mas como representantes de seitas, condição que os impedirá, mesmo que eventualmente queiram no futuro, de dialogar com os brasileiros que não compartilham de suas crenças. Isso serve tanto para o lulopetismo como para o bolsonarismo – cujos adeptos também tratam seu líder, Jair Bolsonaro, como um “messias” e provavelmente não aceitariam qualquer abrandamento do violento discurso que notabiliza sua campanha. Mais do que nunca, o momento é de profunda reflexão sobre os riscos que o País corre caso a razão seja preterida em favor do fanatismo.

Portal Estadão – 13/09/2018