O impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) continua reverberando na política dois anos depois. Foram eleitos em São Paulo candidatos para a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados, com expressivas votações, que apoiaram ou lideraram os protestos pela saída da petista, ao passo que ela própria não conseguiu se eleger para o Senado.
A professora de Direito da
USP Janaína Paschoal (PSL), uma das
autoras do impeachment, bateu o recorde de votação da Assembleia Legislativa -
e da Câmara dos Deputados. A candidata a deputada estadual arrematou 2 milhões
de votos no domingo.
A maioria dos nomes
pró-impedimento está hoje no PSL, partido do candidato ao Planalto Jair Bolsonaro.
Só em São Paulo, a legenda conseguiu eleger 10 deputados federais. Joice Hasselmann foi
um deles.
Apesar de não liderar
nenhum movimento, a jornalista militou pelo afastamento de Dilma através das
redes sociais - ela tem um canal no Youtube com mais de 901 mil inscritos.
Em seu Twitter, comemorou
a vitória com um agradecimento a Bolsonaro. "Capitão, Eu e a mulherada do
Brasil vamos botar pra quebrar".
Joice foi eleita pelo PSL
para deputada federal, com o segundo maior patamar de votação para a Câmara,
atrás apenas do filho do presidenciável da legenda, Eduardo Bolsonaro. Líder do Nas Ruas, Carla Zambelli (PSL), será
colega de bancada da jornalista no próximo ano.
O ator Alexandre Frota, também do PSL,
entrou com um dos pedidos de impeachment da petista Dilma Rousseff. Hoje ele
atua numa dissidência do MBL e foi eleito com mais de 155 mil votos para
deputado federal.
Até mesmo o
"príncipe", Luiz Philippe de Orleans e
Bragança, conseguiu uma vaga na Câmara dos Deputados. Com a
legenda de Bolsonaro, arrematou 118 mil votos em São Paulo.
Kim Kataguiri ficou
conhecido como uma das principais lideranças do MBL na época do impeachment,
quando ainda se colocava como um movimento apartidário. Hoje, filiado ao DEM,
foi o quarto candidato com maior votação para a Câmara, com 465 mil votos.
Também do MBL, o youtuber Arthur do canal Mamãefalei se
elegeu para a Alesp.
Em sua conta no Twitter,
Kim agradeceu aos votos e disse que fará de tudo para "pautar reformas
importantes e estruturantes". O recém-eleito deputado federal já se lançou
candidato à presidência da Casa nas redes sociais.
Eleita com mais de 54
milhões de votos há quatros anos, a presidente cassada acabou em quarto lugar
na disputa e ficou de fora do Congresso neste ano. Seu adversário em 2014, o
tucano Aécio Neves, que contestou o resultado das urnas, deixou o Senado
para tentar uma vaga na Câmara e foi eleito. Já Paulo Skaf,
presidente da Fiesp, à frente do emblemático pato amarelo, se lançou para
governo de São Paulo pelo MDB, mas, em uma disputa acirrada, acabou de fora do
segundo turno.
Agência Estado
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