Dep. Cristiane Brasil - Foto: Reprodução |
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou
que a segunda fase da Operação Registro Espúrio, deflagrada nesta terça-feira
12, cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços da
deputada federal Cristiane
Brasil (PTB-RJ) porque há “indícios” de seu envolvimento em um
esquema criminoso de fraude em registros de sindicatos no Ministério do
Trabalho.
O esquema foi revelado por
VEJA em março e desmantelado
na primeira fase da operação, no último dia 30. Por “indícios”, o
MPF se refere a mensagens encontradas no celular do servidor Renato Araújo
Júnior, que atuava na Secretaria de Relações do Trabalho e seria “o
braço-direito” da deputada no Ministério do Trabalho.
Segundo a Procuradoria,
diálogos entre Cristiane e Araújo tratavam de orientações sobre como o servidor
deveria executar o esquema criminoso. “Além de orientar o servidor em relação a
como agir na análise de pedidos, há inclusive mensagens que tratam da cobrança
de valores previamente combinados”, diz o texto. Nas mensagens, a deputada faz
referência ao pai, o ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto
Jefferson.
Reportagem de VEJA
demonstrou que, por meio de indicações políticas para cargos técnicos na pasta,
o PTB, em uma espécie de “sociedade oculta” com o Solidariedade, montou uma
engrenagem de corrupção, que consistia na cobrança de propinas em troca da
permissão para a criação de novas entidades sindicais. O setor que cuida do
assunto no governo federal é justamente a Secretaria de Relações do Trabalho.
Caciques dos dois
partidos, em especial Jefferson e os deputados Jovair Arantes (PTB-GO) e
Paulinho da Força (SD-SP) – todos alvos da primeira fase da investigação –,
receberam, segundo as investigações da Polícia Federal, propina em troca da
influência política na pasta, exercida pelas legendas desde o início do governo
do presidente Michel Temer (MDB).
A própria Cristiane Brasil chegou a ser nomeada por
Temer para assumir o cargo de ministra do Trabalho em janeiro, mas a indicação
foi suspensa por decisões judiciais, até que o governo desistiu. Hoje, o
ministério é dirigido interinamente por Helton Yomura, também ligado ao PTB.
Cristiane Brasil afirma
ter ficado “surpresa” por ser alvo da segunda fase da operação. Segundo a
deputada, ela “não tem papel nas decisões tomadas pelo Ministério do Trabalho”.
“Espero que as questões referentes sejam esclarecidas com brevidade e meu nome
limpo”, disse.
Portal VEJA
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