sexta-feira, 1 de junho de 2018

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O que a queda de Parente revela sobre o Brasil
A saída de Pedro Parente da Petrobrás é um sinal do quanto o capitalismo no Brasil é mal compreendido, do populismo que impera na arena política e da enorme resistência existente na própria sociedade para colocar o País nos eixos. Mais que tudo, no momento, ela amplifica as dúvidas e as preocupações sobre o futuro reservado ao País, com as escolhas que faremos nas eleições de outubro.
Parente caiu não por seus eventuais erros, mas por seus acertos. Executivo tarimbado, ele reergueu a Petrobrás dos saques feitos pelo PT e por seus aliados. Procurou administrá-la como empresa privada, de olho nos resultados, sem ceder a pressões políticas e sem fazer demagogia com os preços dos combustíveis. A blindagem que promoveu contra a pilhagem dos políticos e o uso da Petrobrás como ferramenta de política econômica, provocou a ira das esquerdas e da direita pitbull, que realizaram  um verdadeiro massacre contra ele nos últimos dias nas redes sociais. Pior para o Brasil. / José Fucs


‘Nem tanto ao mar, nem tanto à terra’
No Congresso, os políticos da base governista reconhecem o trabalho de Pedro Parente no processo de recuperação da empresa. Mas não poupam sua falta de “sensibilidade” em relação ao preço dos combustíveis.
“Ele deixa marcas importantes: não lhe falta competência, nem credibilidade. Não faltou gestão, mas, sensibilidade para entender o  momento pelo qual o Brasil atravessa, e fazer da Petrobras um instrumento de desenvolvimento e justiça social, também atribuições da Estatal. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra: nem os preços subsidiados do passado, mas jamais a liberdade total de preço, sem sintonia com os números da economia – inflação e juros baixos, num período de recessão”, afirmou a líder do MDB no Senado, Simone Tebet 


Oposição comemora saída
Como era previsível, os partidos de oposição festejaram a saída de Pedro Parente do comando da Petrobras. A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), aproveitou para criticar toda a política do governo.
“Não basta trocar o entreguista Pedro Parente na Presidência da Petrobras. Tem de mudar sua política de preços para os combustíveis e a ofensiva privatista na empresa e na entrega do pré-sal. Tem de recuperar a Petrobrás para o Brasil e para os brasileiros”, atacou.



Na Bolsa, Petrobrás despenca e BRF dispara
A reação do mercado financeiro não deixa dúvidas sobre o significado da saída de Pedro Parente da Petrobrás.
No momento, às 13h15 desta sexta-feira, dia 1º, as ações da Petrobrás na Bolsa de Valores de São Paulo, estão em queda de 16,07%. Enquanto isso, os papéis da BRF, a empresa que Parente deverá comandar a partir de agora, estão em alta de 8,2%. Precisa desenhar?


Hartung: ‘saída é negativa para o Brasil’
O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, achou “negativa” a saída de Pedro Parente do comando da Petrobrás. “Pedro Parente foi levado à presidência da empresa no pior momento da história da Petrobras e liderou seu bem sucedido processo  de recuperação”, disse.
“O pedido de demissão dele é compreensível em face da problemática conjuntura que vive o País, mas tenho certeza que a sua saída é negativa para a Petrobras e para o Brasil”, acrescentou. 



Trombones do PT na cultura aderem a Boulos
Esquerda volver: com o provável impedimento de Lula participar das eleições, inúmeros trombones da esquerda no mundo artístico, cultural, esportivo e acadêmico, que sempre foram ligados ao PT, estão migrando para o PSOL e apoiando Boulos, o comandante do MTST, a organização que invade propriedades privadas e é acusada de cobrar taxas ilegais dos invasores depois.
Fazem parte da lista, segundo o site Jornal da Cidade Online,  Sônia Braga, Letícia Sabatella, Wagner Moura, Paulo Betti, Bruno Mazzeo, Gregório Duvivier, o cartunista Laerte Coutinho, a produtora Paula Lavigne, o filósofo Vladimir Safatle, o sociólogo Chico Oliveira, a ex-nadadora Joanna Maranhão e a cantora Maria Gadú. Outros devem optar por Ciro, como Caetano Veloso, Manuela e até Marina.


Publicado no portal do Jornal Estado de São Paulo dia 01/06/2018 

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