O juiz federal Sergio Moro concluiu nesta
segunda-feira, 14, a ação penal aberta a partir da 31ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Abismo
e deflagrada em julho de 2016. A sentença assinada pelo magistrado condenou
treze acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de desvios de dinheiro na construção
do Novo Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes), no Rio de Janeiro. Entre os
condenados está o ex-tesoureiro do PT e ex-deputado federal gaúcho Paulo Ferreira, considerado
culpado por crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa e sentenciado
a nove anos e dez meses de prisão.
Segundo a denúncia do MPF, as empreiteiras OAS, Carioca
Engenharia, Construbase Engenharia, Construcap e Schahin, que compunham o
consórcio vencedor da licitação para a obra da Petrobras, pagaram propina de 2%
sobre o valor do contrato de 1 bilhão de reais, cerca de 20,6 milhões de reais.
O valor, diz sentença de Sergio Moro, foi destinado ao PT e parte dele, 2,1
milhões de reais, foram repassados a Paulo Ferreira.
Chambinho |
No caso da propina ao ex-tesoureiro petista, o valor foi
intermediado por meio de contratos fictícios firmados entre as empreiteiras que
formavam o Consórcio Novo Cenpes e o escritório de advocacia de Alexandre de
Oliveira Romano, ex-vereador do PT e delator. Conhecido como Chambinho, Romano
também foi condenado, mas teve a pena de nove anos e quatro meses de prisão
convertida em um ano e dois meses de regime domiciliar com tornozeleira
eletrônica, um ano em regime semiaberto e seis anos de prestação de serviços
comunitários.
Parte dos valores desviados do contrato e lavados pelo
escritório de Chambinho foi destinada a pessoas ligadas a Paulo Ferreira. A
Estado Maior da Restinga, escola de samba de Porto Alegre apoiada por Ferreira,
recebeu 45.000 reais, enquanto uma empresa registrada em nome da madrinha de bateria
da agremiação, Viviane da Silva Rodrigues, recebeu 139.800 reais. As contas de
dois filhos do ex-tesoureiro petista, Ana Paula e Jonas, também foram irrigadas
com valores desviados do contrato para construção do Novo Cenpes.
Além de Ferreira e Chambinho, foram condenados os
ex-executivos da OAS Léo Pinheiro e Agenor Franklin Magalhães, o dono da
Carioca Engenharia, Ricardo Backheuser Pernambuco, os executivos Erasto Messias
da Silva Júnior e Roberto Ribeiro Capobianco, da Construcap, Edison Freire Coutinho
e José Antônio Marsílio Schwarz, da Schahin, Genésio Schiavinato Júnior, da
Construbase, e os operadores financeiros Adir Assad, Rodrigo Morales e Roberto
Trombeta.
Portal Revista VEJA
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