O delegado Tiago Delabary, responsável pelo inquérito da
Odebrecht, mandou intimar um ex-assessor do ministro Eliseu Padilha (MDB-RS),
da Casa Civil, e de ex-executivos da Odebrecht no inquérito que apura se houve
pagamento de R$ 10 milhões da construtora ao MDB, após negociação
no Palácio do Jaburu.
No último dia 4, Delabary mandou intimar o ex-assessor
parlamentar de Padilha, Ibanez Filter, além dos executivos Marcelo Odebrecht e
Fernando Migliaccio, este último ex-chefe do departamento de propina da
Odebrecht.
Segundo depoimento revelado pela GloboNews na sexta-feira
(11), Ibanez foi apontado pelo doleiro Antonio
Claudio Albernaz, o Tonico, como a pessoa que recebeu, em 2014, R$ 1 milhão
da Odebrecht que seria destinado ao codinome Angorá. Delatores da Odebrecht
usavam Angorá para se referir a Eliseu Padilha e Moreira Franco.
Tonico informou à PF neste depoimento que, em julho ou
agosto de 2014, ele foi procurado por Fernando Migliaccio, da Odebrecht, com a
orientação de repassar R$ 1 milhão. "Pareceu que havia urgência na
entrega", disse.
Segundo ele, o valor foi atípico, porque normalmente
fazia entregar menores de R$ 100 mil. Tonico disse ter informado a Migliaccio
que não tinha como disponibilizar valores tão altos, e recebeu a resposta de
que o dinheiro seria providenciado para ele.
O escritório de Tonico foi usado como ponto de entrega do
dinheiro. Ele informou aos investigadores que não conhecia o homem que foi
buscar os valores, mas, depois, tendo aparecido uma figura no cadastro
"Angorá", reconheceu Ibanez porque o ex-assessor de Padilha era
conhecido em Porto Alegre por suas ligações com o Grupo Hospitalar Conceição.
Após o depoimento, Tonico foi solicitado a identificar,
entre seis fotos de homens brancos de aproximadamente 60 anos, quem seria
Ibanez Filter. Diz o documento que "o reconhecedor apontou com segurança e
presteza a pessoa identificada na Foto nº 5 como sendo o mesmo que Ibanez
Filter".
A PF também intimou neste mesmo inquérito o publicitário
Duda Mendonça, responsável pela campanha de Paulo Skaf (MDB) ao governo de São
Paulo em 2014.
Segundo delatores, parte dos R$ 10 milhões da Odebrecht
no Jaburu seria usada para pagar os serviços do marqueteiro.
Portal G1
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