domingo, 8 de abril de 2018

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Apertem os cintos, o PT sumiu

O PT ganhou uma preocupação extra, além de não poder contar com o ex-presidente Lula na disputa presidencial. À exceção de São Bernardo do Campo e de Curitiba, foi quase impossível nxergar mobilização nas ruas da militância do partido contra a prisão.

Depois de ter chegado ao Planalto, quando Lula serenou seu discurso e conquistou votos da classe média, o PT parece estar, de fato, cumprindo a promessa de voltar às origens e ao tempo em que só encantava os mais radicais.

O distanciamento da militância pode explicar o interesse demonstrado por Lula em prestigiar lideranças ascendentes de esquerda fora do PT.

Antes de ser preso, não poupou elogios a Guilherme Boulos, do Psol e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, e a Manuela D’ávila, do PCdoB. Nomes que representam renovação no PT, como Fernando Haddad, receberam do ex-presidente um afaguinho tímido e olhe lá.

O PT contava com Lula para conseguir uma recuperação política nas urnas, depois do desastre nas eleições municipais de 2016. Na ocasião, o desgaste do partido causou derrotas expressivas como a perda da reeleição de Fernando Haddad, em São Paulo, batido já no primeiro turno pelo tucano João Doria.

Sem Lula na disputa, as perspectivas de o PT voltar ao Planalto se reduzem drasticamente. E também atrapalha as campanhas regionais, já que o partido esperava que a imagem do ex-presidente ajudasse a empurrar candidaturas do PT.
*Publicado no portal do jornal Estadão em 08/04/2018

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