A Operação Buona Fortuna, 49.ª fase da Lava Jato afirma
que o ex-ministro Antonio Delfim Netto recebeu percentual de propina mediante
contratos fictícios de consultoria sobre a construção da Usina Hidrelétrica de
Belo Monte. O ex-ministro da Fazenda da ditadura e seu sobrinho, o empresário
Luiz Appolonio Neto, são alvos de mandados de busca e apreensão da Polícia
Federal nesta sexta-feira, 9.
Em nota, o Ministério Público Federal, no Paraná,
informou que Delfim Netto é suspeito de receber parcela das vantagens indevidas
que seriam direcionadas aos partidos PMDB e PT, em razão de sua atuação na
estruturação do consórcio Norte Energia.
“As provas indicam que o ex-ministro recebeu 10% do
percentual pago pelas construtoras a título de vantagens indevidas, enquanto o
restante da propina foi dividido entre o PMDB e o PT, no patamar de 45% para
cada partido”, informa a Procuradoria da República.
Segundo os investigadores, já foram rastreados pagamentos
em valores superiores a R$ 4 milhões de
um total estimado em R$ 15 milhões,
pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e J.
Malucelli, todas integrantes do Consórcio Construtor de Belo Monte, em favor de
pessoas jurídicas relacionadas a Delfim Netto, por meio de contratos fictícios
de consultoria.
No caso da Odebrecht os pagamentos foram registrados no
sistema de controle de propinas da empresa (“Drousys”), com o codinome
“Professor”.
“As apurações demonstraram que realmente não foi prestado
nenhum serviço pelo ex-ministro às empreiteiras que efetuaram os pagamentos”,
aponta a Lava Jato.
Delfim foi o todo poderoso ministro da Fazenda do regime
militar, nos anos 1970. Ele ficou famoso como o ministro do ‘milagre
econômico’.
Em agosto de 2016, em depoimento ao delegado da Polícia
Federal Rodrigo Luís Sanfurgo de Carvalho, da Lava Jato, Delfim Netto, de 89
anos, afirmou que recebeu R$ 240 mil em espécie da Odebrecht em outubro de 2014 por
‘motivos pessoais, por pura conveniência’, devido a um serviço de consultoria
que ele teria prestado à empreiteira.
Agência Estado
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