Registro de vídeo de hospital será analisado
O juiz federal Sergio Moro,
responsável pela Operação Lava
Jato em Curitiba, determinou nesta terça-feira que o Hospital
Sírio-Libanês, em São Paulo, forneça imagens de seu circuito interno de câmeras
na ação aberta para apurar se o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) apresentou recibos falsos de aluguel em um
processo em que é réu na Lava Jato. Os vídeos serão analisados pela defesa do
empresário Glaucos da Costamarques, que pediu acesso ao conteúdo para comprovar
que ele recebeu visita do advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, no
período em que esteve internado no Sírio-Libanês.
Glaucos é dono de uma cobertura vizinha à de Lula no
Edifício Hill House, em São Bernardo do Campo (SP), e desde 2011 aluga o imóvel
ao petista. O empresário alega, no entanto, que não recebeu aluguéis até
novembro de 2015. A força-tarefa da Lava Jato sustenta que ele serviu como
“laranja” da Odebrecht na
compra do imóvel, por 504.000 reais, e que a cobertura foi dada pela
empreiteira a Lula como propina. Para provar que o petista não é dono do
apartamento e pagou o aluguel, a defesa dele apresentou 31 recibos de locação,
assinados por Glaucos. Para o Ministério Público Federal (MPF),
os documentos são ideologicamente falsos.
O primeiro pagamento do aluguel, segundo Glaucos da
Costamarques, teria sido feito em novembro de 2015, depois que José Carlos
Bumlai, primo dele e amigo de Lula, foi preso pela Operação Lava
Jato. O empresário afirma que foi Roberto Teixeira quem lhe comunicou que os
pagamentos seriam regularizados. A informação teria sido dada a ele por
Teixeira entre 23 de novembro e 29 de dezembro de 2015, período em que o
empresário estava internado no Sírio-Libanês para uma cirurgia cardíaca. Depois
da visita do compadre de Lula, o contador João Muniz Leite teria ido ao
hospital e entregado recibos de aluguel a Glaucos para que ele os assinasse.
Veja.com
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