sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

➤DESTAQUES


O drama de um gênio brasileiro
Só com muita teimosia um artista consegue preservar sua intimidade, principalmente nestes tempos de vidas escancaradas pela internet. Teimoso como ele só, João Gilberto livrou-se da exposição tecendo, ao longo de décadas, um casulo inviolável em torno de sua pessoa: o recluso mestre da bossa nova não dá entrevistas, não sai de casa, não vê e não conversa com quase ninguém.
Aos 86 anos, o músico celebrado no mundo inteiro mistura momentos de lucidez com outros de confusão mental, torrou tudo o que tinha e vive à míngua, soterrado em dívidas. No round mais recente, a filha do meio, a cantora Bebel, 51 anos, conseguiu junto à Justiça do Rio de Janeiro interditar o pai e obter a tutela provisória de seus contratos e movimentações financeiras. Só que até hoje a notificação da interdição não foi entregue porque João Gilberto não abre a porta.
Lembrança - Quando conheci João Gilberto, ele dava canja nas apresentações do conjunto de Norberto Baldauf. Na minha juventude, acompanhei algumas apresentações do Baldauf e do gênio brasileiro. Tenho guardado entre meus bens preciosos, o primeiro LP dele.

Lula será interrogado em fevereiro em processo da Zelotes
O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira marcou a data do interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo aberto contra ele e outras três pessoas a partir da Operação Zelotes. Lula será ouvido na Justiça Federal do Distrito Federal no dia 20 de fevereiro de 2018, às 10h.
Nesta ação, o petista é réu pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa nas negociações que levaram à compra de 36 caças Gripen pelo governo brasileiro, por 5,4 bilhões de dólares, em 2014, e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627.
Além de Lula, serão interrogados o filho do petista, Luís Cláudio Lula da Silva, e o casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, os três também réus. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a atuação do petista teria rendido a Luís Cláudio 2,5 milhões de reais, pagos pelo escritório Marcondes & Mautoni. 

Cabral pede desculpa à população ao alegar uso de caixa 2
O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) voltou a falar que fez uso de caixa dois para campanha e de sobras para suas despesas pessoais e pediu desculpas ao povo do Rio, em um novo depoimento ao juiz Marcelo Bretas nesta quinta-feira.
- Esses recursos aí (retratados na denúncia) foram pegos na Carioca Engenharia para caixa dois. Peço desculpas à população de ter feito uso de caixa 2 e de ter feito uso da sobra dele — afirmou.
Bretas perguntou a Cabral se ele teria como provar os gastos com caixa dois, e o ex-governador respondeu:
- Excelência, isso implicaria em citar companheiros meus de todas as lutas politicas que realizamos ao longo dessa jornada...
Cabral também chamou o amigo de mais de 40 anos e agora delator da Lava-Jato, Carlos Miranda, de traidor e mentiroso. Miranda reconheceu ser o operador do esquema, controlando o recebimento de recursos e gastos, e teve o acordo de colaboração homologado pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Cabral, Miranda ficou magoado por não ter sido chamado para ter cargo em seu governo, recebendo a função de seu "amarra-cachorro", pagando contas e outras despesas. A procurador Fabiana Schneider perguntou se Miranda era pago. Cabral afirmou que o salário era de R$ 70 mil, R$ 75 mil por mês e que, no final do ano, dava algum dinheiro que sobrava ao delator.

Luislinda sai do PSDB, mas não do governo
A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, se desfiliou, na manhã desta quinta-feira, do PSDB. Com isso, ela ficará no governo. Segundo assessores do Palácio do Planalto, a ministra só sai se quiser.
— Ela fica. Se pedir para sair é por conta dela — disse um aliado do presidente Michel Temer.
A permanência de Luislinda no cargo vinha causando constrangimento para o PSDB e para Temer, que chegou a ser cobrado pelos tucanos a demiti-la do cargo, diante da insistência da ministra em ficar na pasta. Ela já havia informado a dirigentes tucanos que estava disposta a se desligar para permanecer no cargo.
Luislinda causou polêmica por, além de pedir para furar o teto salarial se dizendo vítima de "trabalho escravo", querer receber mais de R$ 300 mil em supersalários retroativos.
Primeiro, ela encaminhou ao governo um pedido para acumular o seu salário de ministra com o de desembargadora aposentada, o que lhe garantiria um rendimento bruto de R$ 61,4 mil. Ele reclamou que, por causa do teto constitucional, só pode ficar com R$ 33,7 mil, equivalente ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, a ministra afirmou que “sem sombra de dúvidas” essa situação se assemelha ao trabalho escravo.A ministra também solicitou acúmulo de remunerações retroativamente, desde julho de 2016, quando tornou-se secretária de Igualdade Racial, até fevereiro deste ano, quando passou a ser ministra.

Corte dos EUA condena sobrinhos da mulher de Maduro por narcotráfico
A Justiça dos EUA condenou nesta quinta-feira (14) dois sobrinhos da primeira-dama da Venezuela, Cilia Flores, a 18 anos de prisão por tráfico de drogas por negociarem o envio de uma carga de cocaína ao território americano.  Efraín Campo, 31, e Francisco Flores, 33, foram presos pela DEA (Agência Antidrogas americana) em 2015 enquanto, segundo o órgão, acertavam no Haiti o transporte de avião de 800 kg da droga da Venezuela a Honduras. 
A partir do país centro-africano, o carregamento seguiria por terra até os EUA. A Promotoria havia pedido 30 anos de prisão e chegaram a cogitar a prisão perpétua. Os condenados não têm mais direito a recurso contra a sentença. 
O veredicto final foi adiado três vezes pela defesa, que tentou pedir clemência aos dois com cartas de familiares. Na decisão, o juiz Paul Crotty, responsável pelo caso, disse que os dois "não foram dos traficantes mais espertos". 
"Isso era mais complexo do que eles podiam fazer", disse o magistrado, que os acusou de tentar usar sua proximidade do mandatário venezuelano, Nicolás Maduro, e da cúpula do chavismo para fazer seus negócios ilícitos. 

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