Apresentador vira o ‘novo’ com Doria fora*
Luciano Huck está no jogo e a sociedade continua
em busca
de um nome de centro
Eliane Cantanhêde
As duas principais conclusões do salto da aprovação a
Luciano Huck são, primeiro, que ele está no jogo e, segundo, que a sociedade
continua em busca de um nome de centro que signifique o “novo”, uma alternativa
aos políticos tradicionais. Saiu João Doria, entrou Huck no foco político e
eleitoral.
Em política não há vácuo. Doria vai deixando o campo, mas
a torcida insiste em alguém com as mesmas características e expectativas. Huck
está no aquecimento. Apesar de reclamar das pressões e do frio na barriga, tem
deixado claro que “tem responsabilidade com o País”.
Quanto mais a aprovação de Doria cai, mais a de Huck
sobe. Em julho, com sua pré-campanha a todo vapor, o índice de aprovação de
Doria (38%) quase empatou com o de desaprovação (45%). A distância disparou: a
aprovação despencou para 19% e a desaprovação subiu para 63%, aproximando-se
dos índices dos políticos tradicionais do quais ele pretendia se descolar.
Os que demonstravam simpatia por Doria foram transferindo
o sentimento para Huck, que tem enorme exposição pública e deu sinais de estar
no páreo: conversa com líderes políticos e privados e participa de movimentos
que chama “do bem”, como o Agora! e o Renova-BR, para estimular a renovação
política.
Doria e Huck servem como teste para as chances do
governador Geraldo Alckmin, que venceu o embate com o prefeito e se prepara
para enfrentar uma celebridade com todas as vantagens, mas também com todas as
desvantagens, das celebridades. Se vencer mais essa, Alckmin herdará a
aprovação a Huck. Se perder, vai ter um duro adversário nas forças de centro.
*Publicado no Portal Estadão em 23/11/2017
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