Joesley, Saud e Marcelo Miller
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido
para prender o empresário e dono do grupo J&F, Joesley Batista. A solicitação do
procurador-geral ainda precisa ser analisada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte. Janot
também pediu a prisão do diretor de relações institucionais da JBS, Ricardo Saud, e do ex-procurador da
República Marcello Miller.
Em áudio entregue pela própria defesa da JBS, Saud e
Joesley conversam sobre a suposta interferência de Miller para ajudar nas
tratativas de delação premiada, cujo principal trunfo é a gravação de uma
conversa entre o empresário e o presidente Michel Temer (PMDB). O
ex-procurador ainda fazia parte do Ministério Público Federal quando começou a
conversar com os executivos, no final de fevereiro. Ele foi exonerado da
instituição apenas em abril.
Na segunda-feira, Janot abriu um procedimento de revisão
do acordo de delação dos empresários. Além das prisões preventivas, ele vai
pedir a revogação do benefício de imunidade penal concedido aos delatores.
As prisões já vinham sendo analisadas por Janot nos
últimos dias. Na quinta-feira, os executivos prestaram esclarecimentos à PGR,
mas não convenceram. A avaliação na instituição é de que o discurso era somente
para manter a validade do acordo, mas os fatos narrados foram graves.
No caso de Miller, que depôs à PGR nesta sexta-feira, há
auxiliares de Janot que avaliam que ele atuou junto à JBS com uso de
informações privilegiadas que possui por ter integrado a equipe do
procurador-geral da República e pode ter incorrido no crime de obstrução de
justiça e exploração de prestígio.
Agência Estado/VEJA
Nenhum comentário:
Postar um comentário