terça-feira, 13 de junho de 2017

➤OPINIÃO

Política ou jornalismo. Hora de decidir.

André Machado*

Há vários meses venho conversando com o Grupo Bandeirantes, e com minha consciência, sobre a possibilidade de voltar ou não a disputar um mandato eletivo. Com muita energia e vontade pleiteei em 2014 uma vaga na Câmara dos Deputados. Alguns momentos estão nas fotos. Foram levadas aos eleitores propostas que sigo defendendo. Tive meus acertos e meus erros que resultaram em 29.237 votos. Uma multidão, mas insuficiente para garantir a eleição. Foi uma campanha linda da qual sempre vou me orgulhar.

Depois do período eleitoral deixei o Partido Comunista do Brasil – onde fiz amigos e conheci muita gente boa – e retornei ao Partido Democrático Trabalhista, onde da mesma forma convivi com muita gente que sonha com uma política melhor. Minha intenção era deixar uma porta aberta caso desejasse concorrer nas eleições de 2014, missão para a qual não tive nenhuma disposição. Ao mesmo tempo, fui retomando o prazer na atividade jornalística, algo que vinha perdendo no período que antecedeu a campanha eleitoral.

Minha função de comentarista – e por vezes apresentador – na Band TV tem me realizado. Da mesma forma, é recompensador o retorno que tenho dos ouvintes do Band News no Meio do Dia e do Jornal Gente. A aposta da Band no projeto Carnaval foi um marco nesta tomada de consciência. O Grupo Bandeirantes tem investido em jornalismo sério e comprometido com a comunidade. Isto será cada vez mais perceptível ao ouvinte e telespectador. Sinto-me honrado em ser parte importante neste processo.

Já na política, vivemos um cenário desolador. O resultado da sessão do Tribunal Superior Eleitoral que acompanhei na última semana, em Brasília, é um grande exemplo. Não consigo ver saída ou mesmo acreditar, com energia, em uma força política. Hoje, seria uma peça perdida nesta engrenagem do mal. Sigo acreditando na política, mas só quero voltar a fazer parte dela se puder transforma-la.

É por isto que em 2014 defendi a Reforma Política, com limitações dos mandatos parlamentares e um modelo de financiamento diferente do atual. As pautas são mais atuais do que nunca. Gostaria de fazer política ao lado de mulheres e homens que ingressassem em um debate com o mesmo espírito que eu: não para vencer, mas para sair maior, aprender, fazer o bem público. O diálogo, base da política, não existe mais.

Quando tiver esta oportunidade, retornarei a disputar um mandato. Hoje minha convicção é que sirvo melhor à sociedade e ao meu país onde estou. Desta forma, voltarei a ser um cidadão comum, sem filiação partidária, mas com um microfone na mão e uma câmera na frente lutando por uma sociedade melhor.
*Jornalista

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