“Lula é o ‘amigo’ da planilha de propinas”
Foto: Reprodução |
O empresário Marcelo Odebrecht confirmou ao juiz Sérgio
Moro, da Operação Lava Jato, que o ex-presidente Lula é o ‘amigo’ da planilha
de propinas milionárias da empreiteira. Em depoimento nesta segunda-feira, 10,
Odebrecht disse ainda que ‘Italiano’ – alcunha também lançada na planilha – é
uma referência ao ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda/Casa Civil/Governos Lula
e Dilma) e ‘Pós Itália’ referência a Guido Mantega, que também ocupou a pasta
da Fazenda. Odebrecht descreveu a Moro a planilha elaborada pelo Setor de
Operações Estruturadas da empreiteira, o Departamento de Propinas.
Ele falou sobre R$ 4 milhões que teriam sido repassados ao
Instituto Lula e na soma de R$ 12,4 milhões supostamente investidos na compra do
prédio do Instituto. Também abordou a cifra de R$
50 milhões em propinas
para Mantega que teriam sido usados na campanha de Dilma e, ainda, R$
13 milhões em espécie
sacados pelo ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic, ou Programa B, entre
2012 e 2013, valor que teria sido entregue a Lula, segundo o empresário.
As informações foram divulgadas pelo site O Antagonista.
Odebrecht foi interrogado durante cerca de duas horas e meia. Ele praticamente reiterou o que já
disse à Procuradoria-Geral da República e ao Tribunal Superior Eleitoral no
âmbito de delação premiada.
Como delator da Lava Jato Odebrecht se obrigou a responder a todas as perguntas, diferentemente da primeira vez em que foi ouvido por Moro, ainda em 2016 – na ocasião, limitou-se a entregar esclarecimentos por escrito, não respondeu nenhuma indagação do magistrado e acabou condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro do esquema de propinas e cartel na Petrobrás.
Odebrecht disse no interrogatório que Palocci era ‘o
principal interlocutor da empresa com o governo Lula’. Ele definiu o
ex-ministro como ‘o intermediário’. Esclareceu todos os pagamentos lançados na
planilha das propinas a Palocci, Lula e o PT.
Ainda segundo revelou O Antagonista, Odebrecht confirmou
uma doação de R$ 4 milhões ao Instituto Lula em 2014. A propina
teria saído da conta corrente que supostamente o petista tinha com a
empreiteira e foi registrada na ‘Planilha Italiano’, subplanilha ‘Amigo’.
No interrogatório, Odebrecht contou que, por meio de uma
empresa laranja, a empreiteira comprou o terreno que serviria para abrigar a
sede do Instituto Lula.
Nesta ação que o levou a novo encontro frente a frente
com Moro, Odebrecht é réu ao lado de outros 14 acusados, entre eles Palocci,
que, segundo o Ministério Público Federal, teria recebido propinas de R$
128 milhões da
empreiteira.
Relatório da Polícia Federal entregue ao Ministério
Público Federal e ao juiz Moro já havia cravado que o ‘amigo’ da planilha de
corrupção era uma alusão a Lula. A defesa do petista nega taxativamente
envolvimento em qualquer tipo de ilegalidade.
Ainda segundo o site O Antagonista, o empresário
confirmou a Moro que tentou avisar o governo Dilma do risco de que a Lava Jato
pudesse chegar à conta secreta do marqueteiro João Santana – das campanhas
presidenciais de Lula (2006) e Dilma (2010/2014). Odebrecht teria ido até o
México alertar pessoalmente a então presidente, mas ela não teria demonstrado
preocupação.
Odebrecht descreveu a Moro a planilha elaborada pelo
Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, o Departamento de Propinas.
Odebrecht disse no interrogatório que Palocci era ‘o
principal interlocutor da empresa com o governo Lula’. Ele definiu o
ex-ministro como ‘o intermediário’. Esclareceu todos os pagamentos lançados na
planilha das propinas a Palocci, Lula e o PT.
Odebrecht confirmou uma doação de R$
4 milhões ao Instituto Lula em 2014. A propina teria saído da conta
corrente que supostamente o petista tinha com a empreiteira e foi registrada na
‘Planilha Italiano’, subplanilha ‘Amigo’.
No interrogatório, Odebrecht contou que, por meio de uma
empresa laranja, a empreiteira comprou o terreno que serviria para abrigar a
sede do Instituto Lula.
Agência Estado
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