Equador proíbe contratos com a Odebrecht
Rafael Corrêa - Presidente do Equador |
A Justiça do Equador proibiu instituições públicas
daquele país de firmar contratos com a Odebrecht. A medida, de caráter
preventivo, valerá pelo menos durante as investigações do Ministério Público
local sobre esquema de corrupção envolvendo a empreiteira e o governo
equatoriano.
O Equador é o terceiro país a adotar sanções contra a
Odebrecht e pode dificultar o cenário de recuperação financeira do grupo. Na
semana passada, Panamá e Peru também anunciaram medidas contra a empreiteira
brasileira.
Para se ter uma dimensão da importância dos contratos
internacionais da empresa, as obras no exterior representam 80% do faturamento
da construtora, que responde por um terço do faturamento total do grupo.
Surpresa. Segundo pessoas ligadas à empresa, a
Odebrecht foi pega de surpresa com o grau de detalhamento do documento
divulgado pelo Departamento de Justiça americano (DoJ), quando foi fechado o
acordo de leniência com os Estados Unidos. A divulgação da lista dos 12 países
delatados pela Odebrecht e detalhamento dos pagamentos de propina teria
atrapalhado a estratégia que era a de avisar os governos e fechar acordos de
colaboração antes que os assuntos viessem à tona. No Equador, por exemplo, o
relatório dizia que a construtora é suspeita de pagar US$ 33,5 milhões em
propinas, entre 2007 e 2016, para obter contratos de US$ 116 milhões.
A estratégia, no entanto, não mudou e a ideia é fazer
acordos específicos com os países. No Peru, onde as investigações sobre
corrupção em contratos com empreiteiras brasileiras estão avançadas, as
conversas também já estariam adiantadas.
O impedimento de participar de novas licitações não chega
a afetar a construtora imediatamente. Mas, financeiramente, o grupo deve ser
prejudicado levando em conta o grau de participação da construtora no
faturamento total de R$ 126 bilhões.
Agência Estado
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