A Rua da Praia virou camelódromo!
Não que eu tenha alguma coisa contra camelôs, muito pelo
contrário, até costumo visitar, por exemplo, o camelódromo de Tramandai onde
procuro bugigangas. Encontro muitas por lá e sempre acabo levando alguma coisa.
Lá a coisa é organizada, com circuito interno de televisão para segurança dos
lojistas, área coberta e muita gente
trabalhando e comprando.
O problema é com a Rua da Praia, quem sabe a que mais
identifica Porto Alegre, aqui e fora daqui. Acho difícil encontrar alguém que conheça ou deseje conhecer nossa Capital, que não fale na Rua da Praia.
É ponto de referência, inclusive para quem mora aqui. O Centro e a Rua da Praia
se confundem.
Lamentavelmente, nossa Rua da Praia, de tantos passeios,
de pedras e calçadas bonitas, tratada com carinho e com saudade por muitos que
ali faziam o tradicional ‘footing’, que ficavam no meio da rua vendo as
mocinhas desfilarem, principalmente no final da tarde, se transformou num
triste e vergonhoso mercado persa. Não se consegue andar três passos sem ter
que desviar de produtos (?) expostos no
meio da rua, de gente vendendo tudo o que é tipo de coisa, aos berros e
abordando agressivamente quem passa.
Tem de tudo na nossa Rua da Praia, menos o tradicional
charme de anos passados. Basta caminhar por ela para sentir que o melhor mesmo
é fugir dela. O trecho entre as ruas Marechal Floriano e Praça da Alfândega,
então, é lamentável. Tem de tudo. Gente vendendo água e refrigerante, pão de
queijo, antena para TV, pau de selfie, livros, indígenas e seus cestos e bichos
de taquara, perfume, anunciando planos de saúde, comprando e vendendo ouro,
loteria e uma infinidade de coisas que nem dá para relacionar.
Os tradicionais pontos de encontro, onde pessoas batiam
papo, discutiam futebol, olhavam quem passava normalmente elegantemente
vestido, foram trocados por vendedores que berram o dia inteiro, impedindo
qualquer tipo de conversa entre pessoas normais.
É extremamente difícil caminhar pela Rua da Praia por
culpa do acumulo de toalhas estendidas tapadas de quinquilharias de toda a espécie,
normalmente oferecidas por quem deve se achar locutor de FM popular, pois fala
e grita da mesma maneira. E esclareço que também não tenho nada contra os
locutores de FMs populares, apenas não gosto do modo idêntico como todos falam.
Estamos iniciando um novo período de governo na
prefeitura de Porto Alegre. O novo prefeito anunciou que pretende mudar muito a
cidade, o que esperamos sinceramente que aconteça. Mas se o prefeito aceita
sugestões, quem sabe dá uma volta pela Rua da Praia, tenta passar entre os
vendedores e as mercadorias oferecidas e espalhadas pelo leito da rua e
determina, por exemplo, que a fiscalização também passe por lá e verifique quem
tem ou quem não tem autorização para vender de tudo a quem tenta andar pela
nossa querida Rua da Praia.
Sinceramente, não acredito que aquele pessoal esteja lá
por autorização da prefeitura. Devem estar aproveitando o vácuo entre uma
administração e outra, para tomar conta da rua.
E olhem que nem falei nos músicos e pregadores religiosos
que tocam, cantam e pregam o que nem sempre queremos ouvir.
É triste, mas nossa Rua da Praia está transformada em
verdadeira terra de ninguém, onde se vende, sem pagar impostos, produtos que
encontramos nas lojas que pagam caro para abrir suas portas.
Tenham todos um Bom Dia!
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