O Rei da Pilantragem!
Quem é do meu tempo, pode estar pensando que estou
falando de Wilson Simonal, que nos anos 60/70 ficou conhecido pela malandragem
e suingue que usava em suas apresentações. Simonal decidiu chamar suas
composições repletas de malícia, de “pilantragem”.
Não, não estou falando nele, estou me referindo a alguém realmente
pilantra, que no dicionário é definido como desonesto ou vigarista. Alguém que
hoje será julgado pelo STF por uma acusação de 2007. Naquele ano, o pilantra
Renan Calheiros foi acusado de receber, da empreiteira Mendes Júnior, uma
mesada que era repassada a sua amante para manutenção da filha deles. Hoje,
dependendo da decisão dos ministros do STF, pode virar réu no primeiro dos mais
de 10 processos em que está envolvido.
Todos lembram que na ocasião das acusações, Renan
Calheiros renunciou para não ser cassado. Depois voltou e se jogou nos braços
do PT. Foi eleito presidente do Senado e abraçou a causa da ex-presidente
Dilma, indicou diretores para a Petrobras e só pulou do barco quando viu que
Dilma não tinha mais chances de continuar na presidência.
No final da tarde desta quarta-feira, Renan Calheiros,
mais uma vez tentou usar sua pilantragem para corroborar a manobra que seu
partido engendrou na Câmara para tentar pressionar o judiciário e fugir, como
todo bom pilantra, desonesto e vigarista faz, das garras da Lava Jato, onde já
sofre uma série de acusações.
Renan tentou aplicar mais um golpe colocando em votação,
em regime de urgência, o texto aprovado na madrugada do pacote anticorrupção,
contando com o apoio de parlamentares que, até então, eram inimigos. Não levou.
Dos 58 senadores presentes, 44 foram contra e 14 votaram sim. Liderados por
Humberto Costa (PT), senadores que brigaram (!) muito durante a votação do
impeachment, que chamaram colegas do PMDB, do PP e outros de golpistas, agora
estavam de braços dados na tentativa de fugir das acusações da Lava Jato em que
estão envolvidos. Conhecidos senadores petistas e peemedebistas, inimigos
ferozes durante o impeachment, morreram abraçados na tentativa de escapar da
justiça. Esqueceram o golpe e pensaram apenas na sobrevivência.
Mas voltando ao presidente do Senado, fico pensando nos
métodos que ele utiliza para se manter lá. Vejo entristecido, que não há quase
nenhuma diferença da atuação de Renan Calheiros para o modo como Eduardo Cunha
presidia a Câmara. A diferença está no tratamento que Renan recebe por parte
dos inimigos (?) e a que Cunha recebia. Se Cunha era chamado de corrupto,
ladrão e muito mais, Renan simplesmente é ignorado pela atual oposição. Jamais
alguém leu, ouviu ou viu algum oposicionista do momento, falando mal de Renan.
Como se diz lá em São Gabriel, ‘neste arroz tem linguiça’!
Está mais do que na hora de alguém tomar uma providência
e pedir o afastamento imediato de Renan Calheiros da presidência do Senado.
Chega de manobras tendenciosas e obscuras, chega de falsidade, chega de tentar esconder
o sol com a peneira abraçando o santo e abanando para o diabo. Renan Calheiros,
sem dúvidas, e faz muito tempo, é uma das piores coisas da política brasileira.
Navega conforme a onda e se posiciona conforme seus interesses pessoais.
A esperança é que os ministros do STF aceitem as
acusações contra ele e façam com que se torne réu no processo que será julgado
hoje. Pode ser que possamos, mais cedo do que esperamos, assistir ao fim do Rei
da Pilantragem!
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