Saiba como será a rotina do ex-governador
Sérgio Cabral no complexo Penitenciário de Bangu - Foto: VEJA/Reprodução |
Todos os dias, pontualmente às 8 horas da manhã, um
agente penitenciário abre o portão principal de acesso às galerias. A tranca
bate forte e o som ecoa pela cadeia. O preso mais antigo dentro do sistema se
levanta e dá um grito: ‘Confere!’. Nesse momento, todos os detentos são
obrigados a levantar da cama, vestir uma camisa, baixar a cabeça e colocar as
mãos para trás. Com uma prancheta nas mãos, o ‘guarda’ vai conferindo um a um,
cela por cela. Desde a manhã desta sexta-feira, essa é a nova rotina do
ex-governador Sérgio Cabral Filho em sua nova casa, no Pedrolino Werling de
Oliveira, conhecido como Bangu 8, uma das unidades prisionais do Complexo de
Gericinó, na Zona Oeste da cidade.
Com duas prisões preventivas decretadas pelas justiças do
Rio de Janeiro e do Paraná, o homem mais poderoso do Rio de Janeiro nos últimos
dez anos terá de se habituar a uma nova rotina, bem longe da vida nababesca que
levava entre o Leblon, sua mansão em Mangaratiba e restaurantes e hotéis de
luxo pelo mundo afora. Uma rotina que, normalmente, deveria colocá-lo no
convívio com outros detentos da galeria D, reservada aos presos com diploma
universitário, chamados ‘especiais’. Cabral, Hudson Braga, seu ex-secretário de
Obras e outros quatro integrantes da quadrilha foram para a galeria C6, virada
para a horta e uma região onde há mais sombras, ou seja, faz menos calor,
numa região normalmente escaldante.
Há uma academia à disposição e banho de sol em
determinados períodos – que são divididos com internos de outras alas. A
unidade comporta entre 140 e 150 presos e, atualmente, há vagas. A quadra de
futebol é sempre bastante disputada. Lá dentro Cabral vai conviver com
assassinos, milicianos e presos por não pagamento de pensão alimentícia.
À exceção de comida crua, familiares podem levar as
iguarias que o ex-governador desejar. Os detentos têm a opção de comprar na
cantina da unidade também. A mulher, Adriana Ancelmo, terá direito a uma visita
antes de sua carteirinha ficar pronta, já que o marido está com a prisão
preventiva decretada. Depois dessa primeira visita, só com a carteirinha de visitante
devidamente cadastrada pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), o
que, no caso de presos comuns, leva até dois meses para ficar pronta.
Às 18 horas, o
grito de ‘Confere!’ ecoa novamente nas cadeias. É hora de voltar para
a cela. Pensar na vida. E esperar a Justiça.
Fonte: Portal VEJA
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