quarta-feira, 5 de outubro de 2016

BOM DIA!

Ser ou não ser cachaceiro!

Nos meus tempos de guri, buscava no armazém da quadra onde morávamos, uma garrafa de cachaça para que meu pai tomasse seu aperitivo de fim de semana. Naquele tempo não havia lei que proibisse menor de comprar bebida alcoólica. Acho que a gurizada nem consumia naquela época.

As cachaças eram todas um pouco artesanais e muito parecidas em gosto e sabor. Meu pai tomava pura, como os bons apreciadores recomendam. Era um aperitivo só e estava pronto. Meu velho não era de muita bebida, mas gostava de uma cachacinha no final de semana.

Hoje as cachaças adquiriram um status diferente. Existem cachaçarias que vendem o produto quase ao preço de um bom uísque importado. E são de um sabor especial. Envelhecidas em reservatórios especiais, algumas viraram produto de exportação e são apreciadas no mundo inteiro.

Agora mesmo estou lembrando de matéria que li na internet sobre o gosto diferenciado da cachaça brasileira, as que são envelhecidas em barris de madeira e as que fermentam em tanques de aço inoxidável. Ainda não cheguei ao ponto de ter um paladar tão apurado para diferenciar uma da outra, mas acredito que tenham sabores diferentes. E preços também.

Como sou apreciador de um aperitivo nos finais de semana, como meu pai, tenho sempre uma cachacinha em casa, normalmente presente de meus filhos e produtos de qualidade.

Agora, fiquei sabendo que uma cachaça armazenada por 18 meses em tanques de aço inoxidável, tem sabor original da cana de açúcar, é um pouco adocicada e levemente frutada. Produzida em Minas Gerais, é vendida por R$ 47,50 a garrafa. É a Santo Grau.

Outra, produzida em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, e bidestilada, armazenada em toneis de jequitibá, tem leve aroma Frutal, textura macia e é quase branca. Custa R$ 73,50 a garrafa. É a Cachaça Fulô Jequitibá.

Mais acessível em termos de preço, a Salinas, produzida na cidade de mesmo nome, em Minas Gerais, é conservada em barris de bálsamo, que dá ao produto um tom puxando para o dourado. Tem um leve sabor de anis e é mais picante. Uma garrafa custa R$ 35,75.

Produzida em Ivoti, aqui no Rio Grande do Sul, por uma família de imigrantes alemães, a Weber Haus Amburana é uma cachaça leve com sabor adocicado, bem amadeirado, com aromas que destacam o gosto de baunilha, amêndoas e um leve toque de canela. É comercializada por R$ 58,99 a garrafa.

Em Mococa, São Paulo, é produzida a Tulha de Ouro, cachaça que mais se aproxima de sabores de outros destilados como uísque e rum. Envelhecida em barris de carvalho durante três anos, tem um toque bastante aveludado e um final mais seco. Nos supermercados é vendia por R$ 56,50 a garrafa.

Fui buscar estas informações que, além de me remeterem um pouco aos meus tempos de guri em São Gabriel, provam o que venho dizendo aos meus amigos e apreciadores de uma boa bebida. A cachaça brasileira, as produzidas para importação, andam ao lado dos melhores destilados do mundo. Muitas delas tem um preço mais acessível e superam, em sabor e qualidade, a muitas bebidas importadas.

Não é por nada que, nos finais de semana, quando vou buscar uma de minhas garrafas e servir um cálice especial para um bom aperitivo, minha mulher sempre questiona: Virou cachaceiro?

Sem responder, saio rindo e lembrando do Capitão Machado que adoraria saborear uma boa cachacinha das que guardo em casa, com muito carinho.

Tenham todos um Bom Dia!

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