Lula e Marisa viram réus
A situação do petista Luiz Inácio Lula da Silva ficou
ainda mais dramática nesta terça-feira, dia em que ele se tornou réu no âmbito
da Lava Jato. O juiz Sergio Moro, magistrado de quem Lula tentou a todo
custo se livrar, acolheu a denúncia
apresentada pelos procuradores da República e considerou que
existem indícios suficientes para que o petista possa responder pelos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Sem foro privilegiado, Lula terá de se submeter ao crivo
da 13ª Vara Federal de Curitiba, de onde Moro toca, com mãos de ferro, os
processos sobre o propinoduto na Petrobras – que já resultaram em 106
condenações e em mais de 38 bilhões de reais em pedidos de ressarcimento
aos cofres públicos.
Lula passa a responder formalmente por
mais duas acusações do rosário de suspeitas que pairam contra ele,
desta vez pela imputação de ter recebido vantagens indevidas de pelo menos três
contratos bilionários da construtora OAS, lavados por meio de uma reforma de
luxo em um tríplex no Guarujá.
Considerado o “comandante máximo” do petrolão
pelo Ministério Público Federal, o ex-presidente derrete a aura da “viva alma
mais honesta” que existe e cai na vala comum dos que devem prestar contas à
Justiça. Lula já é réu na Justiça Federal do Distrito Federal sob a acusação de
obstruir as investigações da Lava Jato.
No despacho em que acolhe a denúncia, Sergio Moro destaca
que “juízo de admissibilidade da denúncia não significa juízo conclusivo
quanto à presença da responsabilidade criminal”. “Tais ressalvas são oportunas
pois não olvida o julgador que, entre os acusados, encontra-se
ex-Presidente da República, com o que a propositura da denúncia e o seu recebimento
podem dar azo a celeumas de toda a espécie”, disse o magistrado. “O fato
de que grande parte, talvez a maior parte, do faturamento do Grupo OAS
decorresse de contratos com a Petrobras, aliado ao comprovado
(…) envolvimento do Grupo OAS no esquema criminoso que vitimou a
Petrobras, tornam esses mesmos contratos uma provável causa e fonte dos
supostos benefícios concedidos pelo Grupo OAS, sem aparente
contraprestação financeira, ao ex-presidente, como o apartamento no
Guarujá e o custeio do armazenamento dos bens recebidos durante o mandato
presidencial, o que, em tese, pode caracterizá-los como vantagem indevida
em um crime de corrupção”, afirmou o juiz em sua decisão.
Além de Lula, também passam à condição de réus a
ex-primeira-dama Marisa Letícia, o amigo do petista e presidente do Instituto
Lula, Paulo Okamotto e outras cinco pessoas. Agora eles terão de apresentar
provas, elencar testemunhas e tentar desmontar a tese de que o petista foi
fundador de uma “propinocracia” no país e de que o tríplex foi
pago com dinheiro da Petrobras. Assim que a denúncia foi
apresentada, na quarta-feira passada, reagiu: “Provem uma corrupção minha que
irei a pé para a prisão”.
Fonte: Portal VEJA
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