Lembrança de dois ídolos!
Meu amigo Alveci Lucas, marido da Márcia, que além de
síndica do condomínio onde moro é quem determina as coisas dentro de casa,
mesmo que o Lucas diga que é ele, me lembrou, hoje bem cedo, de dois grandes
nomes da música tradicionalista do Rio Grande do Sul com quem tive o prazer de
trabalhar no meu tempo de rádio.
Vitor Mateus Teixeira, o Teixeirinha “Rei do disco”, foi
meu colega de Rádio Gaúcha. Eu fazia parte da turma do esporte e ele
apresentava, bem cedo, seu tradicional Teixeirinha Amanhece Cantando, ao lado
da Mary Terezinha. Um sucesso como poucos que já tive a oportunidade de ver no
rádio do Rio Grande do Sul.
O Jodoé de Souza e eu produzíamos um programa chamado
Futebol por música, que recebia muitas cartas de ouvintes com sugestões,
elogios e críticas. Um dia, o Jodoé resolveu dizer que a gente recebia mais
cartas que o Teixeirinha. Foi o que bastou para provocar a ira do grande
cantor.
Dois ou três dias depois, ele entrou na redação de
esportes com dois sacos cheios de cartas, jogo no chão e perguntou: “E aí,
Jodoé, quem é que recebe mais cartas?”. Ele estava sério, mas nós que sabíamos
da brincadeira, caímos na risada. Explicamos tudo e seguimos numa boa, ele
cantando seus sucessos e nós tocando o esporte.
Na Rádio Farroupilha, trabalhei com o José Mendes, que
estava começando a fazer sucesso. Foi quando gravou o Para Pedro que começou a
se tornar o grande ídolo da música regionalista. Logo depois veio o Não aperta
Aparício e ele se consolidou como um dos grandes nomes do tradicionalismo. Seus
shows eram uma festa alegre que sua
música divertida e irreverente provocava em quem assistia.
Morreu cedo, o José Mendes. Foi um acidente de carro na
volta de um show no interior. Uma notícia que pegou de surpresa e encheu de
tristeza a todos nós, seus colegas de Farroupilha.
O Almir Ribeiro, locutor dono de uma voz maravilhosa,
tanto que seu apelido era “o Roncador”, pelo timbre grave que colocava em suas
falas, me chamou, pegamos a unidade móvel da Farroupilha e fomos para a BR 290
esperar a chegada do corpo do Zé Mendes. Foi um momento muito triste que
acompanhei com muita emoção.
Hoje, passados tantos anos, o Lucas me lembrou deles e eu
lembrei de falar um pouco destes artistas que tanto dignificaram a música do
Rio Grande do Sul.
Devem estar cantando, juntos, em algum outro plano do
universo.
Tenham todos um Bom Dia!
Fantástico, esses mitos, que assim chamo, da nossa música regional, souberam muito bem colocar sentimentos e histórias dentro de música, que marcaram e marcam ainda muito nossos corações e de nossas gerações. Obrigado Sr João pelo post.
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