Por Lula, PT
difama o Brasil*
A “mais violenta campanha de difamação contra um homem
público em toda a história do País”, da qual Lula da Silva se diz vítima, é
denunciada por uma “cartilha” impressa em quatro línguas – português, inglês,
francês e espanhol – que o PT vai distribuir a personalidades e órgãos de
comunicação no exterior. Para compensar o fato de, segundo alegam, Lula estar
sendo difamado no Brasil, os petistas decidiram ampliar a campanha de difamação
do Brasil no exterior, apresentando seu líder máximo como vítima de toda sorte
de violência por parte das autoridades policiais e judiciais que, no
cumprimento de suas responsabilidades constitucionais, estão há mais de dois
anos expondo as entranhas do maior esquema de corrupção da história do País,
armado por Lula e seus asseclas. O chefão petista, que já apelou ao comitê de
Direitos Humanos da ONU contra o juiz Sergio Moro, demonstra estar cada vez
mais atemorizado com a possibilidade de fazer companhia aos ex-dirigentes do PT
– até agora, dois ex-presidentes e três ex-tesoureiros do partido.
No mesmo dia em que o PT anunciou o lançamento da
publicação A caçada judicial ao ex-presidente Lula – que reproduz
material divulgado pelo site do Instituto Lula, no dia 20 de julho –, o
empresário José Carlos Bumlai, réu condenado da Lava Jato, colocou mais um
cravo na coroa de espinhos do amigo do peito ao declarar, em depoimento à
Polícia Federal em São Paulo, que recebeu da ex-primeira-dama Marisa Letícia da
Silva, em fins de 2010 – último ano do segundo mandato presidencial de Lula –,
insistente pedido para que ajudasse a acelerar as obras então em andamento no
famoso sítio de Atibaia, que os Da Silva negam de pés juntos ser de sua
propriedade, mas que passaram a frequentar regularmente a partir de 2011.
É difícil saber o que é mais cínica, se a campanha que o
PT tem promovido no exterior para difamar as instituições brasileiras depois
que se viu desmoralizado no próprio País ou se a tentativa de Lula de garantir
que não existe no Brasil ninguém mais honesto do que ele próprio. O fato é que
denegrir a imagem do País na tentativa de criar a pressão externa para
beneficiar os interesses políticos do lulopetismo e promover a imunidade
criminal de seus líderes é um comportamento sórdido e irresponsável. Mas era o
que se podia esperar dos inspiradores e autores materiais do mensalão, do
petrolão e de outros delitos.
Durante os anos em que seu governo surfava na onda de
prosperidade internacional e dispunha de recursos para propagandear índices
econômico-sociais positivos e fazer marketing político no exterior, Lula acabou
granjeando, principalmente nos círculos da esquerda terceiro-mundista e
bolivariano, algum prestígio. Isso explica as manifestações de apoio ao
lulopetismo por parte de quem acompanha a crise brasileira a distância e tende
a, por afinidade ideológica, considerar com indulgência as tropelias de Lula
& Cia.
Com a causa perdida, o PT não se peja de tentar vender no
exterior a falácia de que Lula é vítima de agentes do Estado brasileiro que
tentam usar as instituições para atingi-lo: “Agentes partidarizados do Estado,
no Ministério Público, na Polícia Federal e no Poder Judiciário, mobilizam-se
com objetivo de encontrar um crime – qualquer um – para acusar Lula e levá-lo
aos tribunais”. Ou seja, a Operação Lava Jato, que conquistou o apoio e a
admiração dos brasileiros pela importância da colaboração que está dando para o
saneamento da vida pública, para o PT não passa de uma conspiração para impedir
a volta de Lula ao poder. Enquanto a operação atingia apenas dirigentes do
partido de segundo plano, os petistas se permitiam encenar manifestações de
apoio ao combate à corrupção.
Agora, porém, a Lava Jato virou conspiração. Com o apoio
do STF, está definitivamente nos calcanhares do ex-presidente, o que significa
a possibilidade de ferir de morte o PT com a cassação dos direitos políticos de
seu maior líder e símbolo. Risco que passa a ser real quando até os amigos do
peito de Lula resolvem contar a verdade.
*Publicado no estadão.com em 22/08/2016
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