Dilma faz provável último discurso
Durante a sessão do julgamento do impeachment que tem a
oitiva da presidente afastada, Dilma Rousseff, a imprensa internacional tratou
a cassação definitiva do mandato de Dilma como resultado mais provável e
destacou o discurso em que a petista fez a própria defesa. Os americanos Washington
Post e The New York Times falaram, respectivamente, em “provável
último discurso como presidente” e afastamento “amplamente esperado”. O
espanhol El País publicou que “a imensa maioria (dos senadores)
manifestou que votará a favor da destituição” e o francês Le Monde falou
em “provável expulsão”.
O Post classificou como “emocional” o discurso
em que a presidente mencionou a tortura sofrida durante a ditadura militar e
apontou a crise econômica como “fator chave” para o processo desencadeado
contra a petista no Congresso. “A pior recessão do Brasil em décadas foi um
fator chave para a perda de popularidade de Dilma depois que ela se reelegeu
por pouco em 2014”, publicou o jornal americano.
Segundo a publicação, as dificuldades econômicas foram
“exacerbadas” por protestos de rua e o escândalo de corrupção apurado pela
Operação Lava Jato. “Ela não foi pessoalmente acusada de se beneficiar do
esquema. Mas o multi-bilionário escândalo engolfou muitos no PT e entre seus
aliados”, apontou o Washington Post.
O The New York Times publicou em seu site um
texto com o título “Dilma Rousseff diz que não se deixará silenciar no
julgamento do impeachment”. O jornal relata os argumentos de Dilma de que “não
fez nada ilegal” e lembra que “de quarto presidentes brasileiros eleitos desde
que a democracia foi restabelecida, nos anos 80, ela é a segunda que enfrenta o
impeachment”.
No espanhol El País, um artigo assinado pelo
colunista David Alandete e publicado nesta segunda-feira afirma que a solução
da crise econômica a partir do impeachment de Dilma é um “consenso instalado
entre a elite política e empresarial do Brasil” e “muito poucos se atrevem a
questionar publicamente que os problemas vão acabar com a ratificação em seu
posto do presidente interino Michel Temer e de seu ministério de 22 homens
brancos de meia-idade”. O colunista lembra que o presidente interino já foi
citado em delações da Lava Jato.
Fonte: veja.com
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