Para sair, basta
pagar só R$ 31,4 milhões
Não chega ser exatamente assim. A liberdade tem outros
ingredientes e os ex-marqueteiros do PT, João Santana e sua mulher Mônica
Moura, libertados ontem pelo juiz Sérgio Moro na operação Lava Jato, primeiro
participaram de uma delação premiada e, o que é pior para o PT e para Dilma, se
comprometeram a falar muito mais. Um dos promotores responsáveis pela Operação,
disse que Santana ajudou a criar a presidente e agora vai acabar com ela.
Depois de entregarem que Dilma, em sua campanha de 2014,
fez uso do dinheiro da chamada caixa 2, no caso um dinheiro sujo, vindo de
propinas de contratos da Petrobras, Santana e Mônica prometeram que contarão
muito mais. Eles sabem de coisas que podem abalar definitivamente as estruturas
do Partido dos Trabalhadores.
Uma das condições impostas por Moro para que a liberdade
fosse concedida, além da fiança de R$ 31,4 milhões, é que o casal não participe
de nenhuma campanha política e não deixe o Brasil.
Vale recordar que, antes de 2014, Santana e Mônica
trabalharam nas campanhas de Lula em 2006 e de Dilma em 2010 e 2014, ou seja,
são velhos conhecidos. Mesmo em liberdade, o casal segue respondendo por duas
ações penais, acusado de receber recursos do “departamento de propinas da
Odebrecht” e de embolsar parte do valor que seria destinado ao PT no esquema de
corrupção da Petrobras.
Mas voltando ao título deste comentário, gostaria de
saber quem, entre os que vivem de salários, trabalham honestamente, cumprem
suas obrigações com o governo, pagam impostos, não atrasam dívidas, pode pagar
uma fiança de mais de R$ 31 milhões para ser libertado? Se bem que quem é
honesto não acaba preso.
Quem tem uma quantia assim, disponível para cobrir o
valor de uma fiança, certamente tem muito mais em patrimônio, no banco ou, o
que é pior, em paraísos fiscais. A mesma facilidade que encontraram para cobrar
por campanhas bilionárias, certamente encontram para pagar fianças
astronômicas.
Se bem que o valor pago é considerado astronômico por
mim, pela senhora, pelo senhor que todos os meses faz contas para ver se o
dinheiro do salário vai cobrir as despesas. Não digo que tantos milhões sejam,
digamos assim, troco para os marqueteiros, mas que faz pouca diferença, não
tenho dúvidas.
Fico lembrando de um dos diretores da Petrobras, preso
por roubar, por corrupção, por receber milhões em propinas, que se prontificou
a devolver R$ 100 milhões para compensar o que havia recebido, fruto de contratos
irregulares e superfaturados. Se tinha R$ 100 milhões para devolver, imagino
que não tinha guardado em casa ou em bancos no exterior.
Pobre Brasil, pobre brasileiro que convive, todos os
dias, desde que a Operação Lava Jato decidiu investigar a corrupção, com
notícias como a da fiança paga por João Santana e Mônica Moura.
Por falar em Lava Jato, hoje, dia 2 de agosto, a Polícia
Federal está nas ruas em mais um desdobramento visando pegar os peixes graúdos,
os que se alimentaram, durante anos, do trabalho e do sangue dos lambaris.
Tenham todos um Bom Dia!
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