Desembargador se declara suspeito
Carlinhos Cachoeira e Fernando Cavendish tiveram cabelos raspados no Presídio Bangu 8 |
O desembargador Antonio Ivan Athié, que converteu
em prisões domiciliares as
prisões preventivas da Operação
Saqueador na
sexta-feira, declarou-se suspeito para ser o relator do caso no Tribunal
Regional Federal da 2ª Região (TRF2), no Rio de Janeiro. A informação foi
veiculada pela GloboNews. Athié atendeu à Procuradoria
Regional da República fluminense, que nesta terça-feira pediu sua suspeição para julgar o caso. Agora, a relatoria
será redistribuída a outro magistrado do TRF2, a quem caberá decidir sobre o
recurso do MP contra as prisões domiciliares aos detidos na operação.
O MP enumerou decisões tomadas por Athié no passado que
beneficiaram o empresário Fernando Cavendish e destacou a amizade entre o
magistrado e o advogado do empresário, Técio Lins e Silva, que defendeu o
desembargador em uma ação penal no Superior Tribunal de Justiça (STJ). "A
relação mantida entre advogado e cliente pressupõe vínculo de confiança e
fidelidade", conclui o MP.
A peça que pede a suspeição de Athié também cita uma
declaração de Técio Lins e Silva ao jornal Folha de S. Paulo, em 2013, em que
ele classifica o desembargador como "um dos melhores profissionais que a
Justiça tem. Nenhuma suspeita pesa contra ele".
A Operação Saqueador investiga o desvio de 370 milhões de
reais em contratos da empreiteira Delta, da
qual Cavendish era dono e presidente, com o poder público. O dinheiro sujo era
posteriormente lavado por uma rede de 18 empresas de fachada do bicheiro
Carlinhos Cachoeira e dos lobistas Adir Assad e Marcelo Abbud. Segundo a
denúncia do Ministério Público, os valores roubados tinham como destinatários
finais agentes públicos, inclusive políticos, e campanhas eleitorais.
Fonte: VEJA.com/Conteúdo
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