Temer eleva o tom e diz que acusações de Machado são
"levianas e criminosas"
Visivelmente irritado, o presidente interino, Michel
Temer (PMDB), fez um pronunciamento a jornalistas nesta quinta-feira para
rebater a acusação do delator da Operação Lava Jato Sérgio Machado -
ex-presidente da Transpetro, ele afirmou que combinou com
Temer doação de recursos ilícitos para campanha eleitoral em
2012. Temer reagiu: "A manifestação é irresponsável, leviana, mentirosa e
criminosa do cidadão Sérgio Machado." Temer reconheceu, no entanto, que a
acusação embaraça o governo provisório, no momento em que tenta emplacar
projetos de ajuste fiscal. O presidente interino subiu o tom em relação à nota
publicada na véspera, na qual dizia que a acusação era
"absolutamente inverídica" e assumiu ter um relacionamento
"formal e sem nenhuma proximidade" com o delator. Na colaboração
premiada, Machado declarou o repasse de 1,5 milhão de reais da Queiroz Galvão,
dissimulado como doação oficial à campanha do "menino" - referência
ao então candidato peemedebista a prefeito de São Paulo Gabriel Chalita, hoje
no PDT e rompido politicamente com Temer.
Ex-líder petista promete processar Sérgio Machado
Ex-líder do PT e do governo durante a gestão do
ex-presidente Lula, Cândido Vaccarezza classificou as acusações feitas pelo
delator Sérgio Machado como "criminosas" e "mentirosas" e
prometeu processar o ex-presidente da Transpetro. Em acordo de delação, o
empresário envolveu ao menos vinte políticos no esquema de corrupção da
Petrobras, entre eles o ex-deputado petista. Segundo Machado, Vaccarezza
recebeu, como acerto de pagamento de propina, 500.000 reais da empreiteira
Camargo Corrêa por meio de doações eleitorais. O ex-parlamentar nega e afirma
que sequer há esse repasse na prestação de contas do Tribunal Superior
Eleitoral referentes a 2010. "Como é uma acusação criminosa e mentirosa,
eu vou processá-lo por danos morais e denúncia caluniosa", disse
Vaccarezza, que esteve na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira. "O
Sérgio Machado não tinha intimidade comigo para falar de dinheiro. Nunca falei
com ele de dinheiro", continuou.
Cunha estuda renúncia e delação premiada
Acuado com a aprovação do pedido de cassação no Conselho
de Ética e com chances reduzidas de salvar seu mandato no plenário da Câmara, o
deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) passou a considerar a hipótese de
colaborar com a Justiça por meio de delação premiada e de renunciar à
presidência da Câmara. A avaliação no Congresso é de que ao deixar circular a
informação sobre a possibilidade de uma delação casada com a renúncia, o
peemedebista indica a parlamentares e ao Palácio do Planalto que não cairá
sozinho. Sua estratégia visa diminuir a pressão do Poder Judiciário contra ele
e estancar a sucessão de fatos negativos divulgados diariamente sobre o
deputado e sua família. Oficialmente, Cunha nega a intenção, porque, segundo
ele, “não praticou crime nenhum e não tem o que delatar”.
Com a
provável saída de Cunha, deputados já se articulam para a sucessão
Com a provável cassação do mandato do presidente afastado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no horizonte, deputados de
várias legendas sonham em assumir o comando da Câmara e se articulam. EXPRESSO
apurou que há pelo menos dez que se consideram em condições de disputar a vaga.
Entre eles estão Rogério Rosso (PSD-DF), Jovair Arantes (PTB-GO), Fernando
Giacobo (PR-PR) e José Carlos Aleluia (DEM-BA). Para melhorar o ambiente, o
Planalto deverá abrir mão de lançar um candidato do PMDB para entrar na
disputa.
Defesa e acusação indicam nomes para perícia do
impeachment
Acusação e defesa indicaram os nomes dos técnicos
escolhidos para acompanhar a perícia nos documentos que embasaram o pedido de impeachment da
presidente afastada Dilma Rousseff. A assistente técnica Selene Péres foi indicada pela
acusação, enquanto o especialista indicado pela defesa ainda não teve nome
divulgado. Na noite de ontem (15), Dilma pediu a substituição do consultor
técnico do Senado Diego Prandino Alves no cargo de coordenador da perícia nos
atos que embasam a acusação contra ela. “Diego Prandino teria forte engajamento
político e ideológico contra a Sra. presidente da República, seu partido e
movimentos sociais considerados de 'esquerda'”, diz o requerimento encaminhado
pela defesa de Dilma ao presidente da Comissão Especial de Impeachment,
Raimundo Lira (PMDB-RJ). A comissão
negou o pedido de afastamento, mas Lira disse que espera nova manifestação de
Prandino sobre sua suspeição, ante os fatos revelados.
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