Paulo Bernardo recebeu
R$ 7 milhões de propina
Foto: Agência Estado/Reprodução |
O ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento e
Comunicações) nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff recebeu
pelo menos R$ 7 milhões de propinas do esquema de desvios alvo da Operação
Custo Brasil, deflagrada nesta quinta-feira, 23. De 2010 a 2015 o esquema teria
gerado R$ 100 milhões em propinas, referentes a contrato da empresa Consist
Software, por serviços indiretos para o Ministério de Planejamento.
Bernardo foi preso na manhã desta quinta, alvo central da
Custo Brasil – decorrência das descobertas da Lava Jato, em Curitiba. O
operador das propinas arrecadadas com a Consist, o ex-vereador do PT Alexandre
Romano, o Chambinho, confessou em delação premiada que havia propinas para o
PT, para Bernardo, para o ex-ministro Carlos Gabas (Previdência e Aviação
Civil), entre outros. A
defesa do ex-ministro considerou a prisão ilegal.
O delegado regional de Combate e Investigação contra o
Crime Organizado da Polícia Federal, em São Paulo, Rodrigo de Campos Costa
explicou que Bernardo tinha direito a 9,6% do valor de 70% do contrato da
Consist – que era destinado à corrupção. Pelo acerto, alvo da Custo Brasil, a
empresa ficava com apenas 30% dos recebimentos.
“Dos 70% repassados, havia diversos parceiros que iam
alterando ao longo do tempo. Desses 70%, no início, por exemplo, 9,6% ia para o
escritório vinculado ao sr. Paulo Bernardo. O Alexandre Romano, que era um dos
colaboradores, recebia por volta de 24%”, afirmou o procurador da República
Andrey Borges de Mendonça. “80% da parte destinada ao Alexandre Romano ficava
com o PT.”
Segundo o procurador da República Andrey Borges, depois
que Bernardo saiu do Ministério do Planejamento e assumiu o Ministério das
Comunicações, seu percentual no bolo da propina caiu para 4,5%, até chegar a
2%.
Fonte: Estadão
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