domingo, 5 de junho de 2016

Inadimplência no Brasil

É pior do que mostram indicadores


Só São Paulo responde por 30% de toda a inadimplência nacional e por 60% a 70% da região Sudeste, segundo dados da Serasa Experian. Sem os números de devedores atrasados no Estado, os resultados da inadimplência ficam comprometidos.

Por conta disso, parte dos birôs de crédito deixou de divulgar esses dados. É o caso, por exemplo, da própria Serasa Experian. A SPC Brasil mantém a divulgação, mas exclui a Região Sudeste.

A economista-chefe da SPC Brasil, Marcela Kawauti, atesta que o número dos inadimplentes no País hoje é seguramente maior que os 59 milhões de pessoas que ficaram com seus CPFs sujos, segundo levantamento da própria SPC Brasil.
Ela explica que do levantamento, já com dados de abril, não constam os devedores inadimplentes da região Sudeste.

"O mercado de crédito tem trabalhado no escuro. Não consegue ter uma visão clara do total de inadimplentes", observou o diretor da PH3A, empresa especializada em recuperação de crédito, Marcelo Monteiro. Segundo ele, com a taxa crescente de desemprego há muita gente com dívidas já atrasadas que os birôs de crédito não conseguiram ainda incluir nas listas de devedores inadimplentes.

Estudo da Serasa estima em 60 milhões o número de inadimplentes no País, totalizando dívidas em atraso no montante de R$ 256 bilhões. É a maior marca já registrada desde que a Serasa iniciou a medição, em 2012.

À época, 50,2 milhões de pessoas enfrentavam dificuldades para manter em dia suas contas. De janeiro a março, mais de dois milhões de devedores entraram na lista por falta de pagamento.

Segundo o economista-chefe da Serasa, Luiz Rabi, os birôs de crédito costumam incluir os clientes nas listas de inadimplentes depois de 60 dias de atraso nos pagamentos

O período que os serviços de proteção ao crédito consideram para afirmar que um devedor passou a inadimplente varia e também pode contribuir para desviar as taxas da situação real. A média de inadimplência das operações de crédito do sistema financeiro divulgada pelo Banco Central (BC), por exemplo, é para atrasos superiores a 90 dias.

Atingiu em abril 3,7%, considerando o índice no crédito livre (5,7%) e direcionado (1,7%). A média de inadimplência apurada pela SPC Brasil no mesmo mês foi de 5,8%.
Fonte: Revista EXAME

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