Imaginem se já fosse inverno!
Hoje, quando levantei, a temperatura andava na marca dos
6 graus. Em alguns lugares de Porto Alegre os termômetros marcavam 8 graus, mas
a sensação térmica, em todos os pontos, era bem mais baixa. No rádio, fiquei
sabendo que fez seis graus negativos em Vacaria e menos 5 em São José dos
Ausentes. Também ouvi que o sol não deverá aquecer muito, já que nuvens baixas
permanecerão sobre várias regiões do Estado.
O domingo, acho que todos concordam, foi de muito frio,
assim como sábado. O ar condicionado, a roupa de lã e as cobertas pesadas,
ajudaram a amenizar a sensação térmica, sempre muito baixa.
Tudo seria até normal se não estivéssemos em pleno outono,
pelo menos até hoje às 19 horas. Está certo que o outono gaúcho, principalmente
quando se aproxima do fim, nos traz temperaturas mais baixas, mas nada
comparável ao frio que estamos aguentando faz muitos dias. E as previsões são
de que teremos um dos invernos mais rigorosos dos últimos tempos.
Fico pensando naquelas pessoas que convivem com o frio
intenso que está fazendo, morando em barracos sem as mínimas condições de
aquecimento, que usam roupas que nem sempre protegem e cobertas que não esquentam
nada.
Já nem falo nos moradores de rua, expostos ao sereno e, muitas vezes, com
um papelão servindo de colchão colocado sobre as calçadas geladas. São eles, os
moradores de rua que, não suportando as temperaturas baixíssimas das
madrugadas, acabam morrendo de frio, engrossando a lista trágica dos que não
resistem ao rigoroso inverno a que estamos submetidos, mesmo que ainda
estejamos no outono.
Mas o mais lamentável é que, além da carência de abrigos
públicos e condições para atender a tanta gente que dorme ao relento, muitos fogem da ronda feita pelas autoridades e, na grande maioria, não aceitam
dormir num abrigo. Preferem a calçada, a proteção das marquises, as cobertas
miseráveis, normalmente insuficientes para aquecer um pouco que seja, aos que
dormem nas ruas.
Quando passo, cedo da manhã, no carro aquecido pelo ar
condicionado e vejo pessoas enroladas em cobertores rasgados, enroscados sobre
colchões velhos ou pedaços de papelão, fico imaginando o quanto sou feliz em
poder desfrutar e proporcionar aos que vivem sob meus cuidados, um mínimo de
conforto que torna o inverno, que ainda nem chegou, suportável.
O outono está terminado com um frio que fazia muito tempo
a gente não sentia. Agora, imaginem se já fosse inverno!
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