quinta-feira, 12 de maio de 2016

Discurso de posse

Temer vai pedir união e apoio da sociedade


No primeiro discurso à nação, hoje à tarde, o peemedebista apresentará a diretriz do novo governo: a redução do tamanho da máquina administrativa
O primeiro discurso de Michel Temer como presidente em exercício da República vai ser uma convocação para que todos — políticos, empresários e sociedade — se unam neste momento de transição para o êxito de “um governo de salvação nacional”. Embora ciente de que tem pouco tempo para apresentar propostas concretas ao país, sob pena de se acabar a lua de mel com os brasileiros, Temer não apresentará hoje nenhuma ação imediata. “Não mostraremos um pacote. Daremos as diretrizes políticas e econômicas do nosso governo”, disse um aliado direto do vice-presidente. Até o fechamento desta edição, às 2h, a votação da admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff não havia terminado no Senado, mas, pelos discursos proferidos, ficava claro que o afastamento seria aprovado.

Temer estava ontem, no Palácio do Jaburu, rascunhando o discurso que pronunciará no meio da tarde hoje, assim que assumir definitivamente o governo. Ele pediu a um conjunto de deputados aliados que estejam ao lado dele durante o primeiro pronunciamento ao país. A intenção do peemedebista é deixar claro que todos têm um papel fundamental neste momento de dificuldade.

O peemedebista dirá que o próprio Executivo Federal está ciente da gravidade do momento e que decidiu, por isso, reduzir o tamanho da máquina administrativa, com o corte de ministérios e de cargos comissionados e de confiança. Para Temer, esses gestos, além de possíveis revisões de gastos supérfluos, poderão contribuir com a redução do deficit fiscal e permitir que, ainda este ano, as taxas de juros comecem a ser reduzidas, abrindo espaço para a retomada do crescimento no início de 2017.

Temer também reservará espaço no discurso para dois pontos que têm sido alvo de profundas críticas. O vice-presidente vai reiterar o que já dissera no áudio vazado antes da votação do impeachment na Câmara, em 17 de abril: não vai acabar com os programas sociais. O cuidado do peemedebista é tanto que ele acabou ficando atado em relação ao reajuste do Bolsa Família, anunciado pela presidente Dilma Rousseff no 1º de maio — ela ficará 180 dias afastada, prazo máximo para o julgamento final do processo de impeachment pelo Senado. Em um primeiro momento, Temer pensou em vetar o reajuste. Recuou, para não tomar uma medida impopular logo de saída.
(Fonte: Correio Braziliense)

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