domingo, 22 de maio de 2016

Contra-ataque

Temer escrutina gastos de Dilma


A equipe do presidente em exercício Michel Temer pretende concluir neste mês um levantamento para rebater as acusações e críticas que ele vem recebendo do PT e de setores aliados ao partido nos movimentos sociais e na classe artística. No limite, a auditoria feita pela nova administração pública do País tentará demonstrar que a presidente afastada Dilma Rousseff praticou “malversação de recursos públicos”, o que é crime conforme a lei.

Nesta segunda-feira, Temer concede uma entrevista coletiva para fazer uma prestação de contas do que encontrou, porém ele não deverá abordar esse tipo de gastos e se concentrará apenas na análise do cenário mais amplo das finanças do País. Segundo o ministro Geddel Vieira Lima, será “uma satisfação” dada à sociedade de como o governo em exercício encontrou a administração pública, mas sem revanchismo. “Não é um inventário com espírito revanchista”.

Esse escrutínio abrange os gastos diretos da Presidência da República, incluindo despesas do governo federal realizadas por meio do cartão de pagamento do governo, o chamado “cartão corporativo”. A título de ilustração, só em 2014, último ano do primeiro mandato de Dilma, o núcleo administrativo ligado diretamente à presidente gastou R$ 747,6 milhões.

A análise dos gastos, no entanto, não se limitará à Presidência. Já foram encontrados indícios do mau uso do dinheiro público pela gestão petista em áreas como educação, cultura e gastos do governo federal no exterior. Editais e licitações serão revirados. Estão na mira ainda publicidade e comunicação. Nesses setores, no entanto, a auditoria informal está longe de terminar.

A equipe de Temer também está passando um “pente-fino”, nas palavras de um assessor do presidente em exercício, nas despesas do Palácio do Planalto com a realização de eventos oficiais que acabaram se transformando em atos de defesa do mandato de Dilma, neste ano e em 2015.

Gastos com viagens, hospedagens e despesas pessoais de integrantes da antiga gestão e com convidados de Dilma são outros alvos da apuração, que está sendo mantida em sigilo. Oficialmente, o governo Temer nega que esteja escrutinando as contas da gestão Dilma, mas um ministro confirmou a iniciativa. Segundo ele, a medida só foi determinada após o que o presidente em exercício considerou ser um ataque frontal e desleal aos primeiros dias de seu governo interino e ao País com a série de entrevistas de Dilma a veículos de comunicação estrangeiros.

Para Temer, Dilma diminui a imagem do Brasil e joga contra a recuperação do País ao propagar a ideia de que a governo interino é fruto de um golpe contra as instituições apenas para defender seu interesse pessoal. (Agência Estado)

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