Quando a esmola é demais, o santo desconfia!
Estamos vivendo, nos últimos dias, uma verdadeira
campanha daqueles que são contra o impeachment, dos petistas e de membros do
governo, em defesa da honra e da inocência da presidente Dilma Rousseff que, até
prova em contrário, sempre foi uma pessoa que se manteve à margem de todos os
escândalos proporcionados por companheiros seus.
Dilma sempre se colocou na posição de injustiçada, de
perseguida e de vítima de um golpe armado para derrubá-la. Negou sempre, com
veemência, qualquer participação em atos de corrupção envolvendo seus mandatos.
Seus discursos sempre enfatizaram que “havia um golpe em
andamento para que seu impeachment fosse aceito, mesmo que nada houvesse de crime
em seus atos”. Afirmando ser vítima de uma grande injustiça, gritou ao mundo
que era honesta, digna e incorruptível.
Desde ontem (3), as coisas começaram a tomar um outro rumo,
principalmente depois das medidas anunciadas pelo Procurador Geral da
República, Rodrigo Janot, envolvendo o nome da presidente da República e de
alguns assessores diretos dela, além do ex-presidente Lula e do Advogado-geral
da União, José Eduardo Cardozo. Janot encaminhou ao STF um pedido de abertura
de inquérito para investigar a presidente Dilma, Lula e Cardozo por suspeita de
obstrução da Operação Lava Jato.
Ninguém esqueceu do telefonema de Dilma avisando ao
ex-presidente que alguém estaria levando uma cópia, sem assinatura, do termo de
posse dele na Casa Civil, “para ser usado em caso de necessidade”. Ninguém
esqueceu, também, que Lula agradeceu e se despediu com o famoso “tchau querida”.
Para o procurador, as ações de Dilma estavam inseridas
num esquema para ‘tumultuar’ o andamento da apuração de desvios na Petrobras,
retirando do juiz Sérgio Moro a condução das investigações, garantindo foro
privilegiado para Lula.
Uma nova lista de denunciados, encaminhada por Janot,
destaca amigos pessoais e colaboradores diretos da presidente que segue se
dizendo honesta e injustiçada. Lula, Jaques Wagner, ministro do Gabinete
Pessoal da Presidente, Ricardo Berzoini, da Secretaria Geral do Governo, Edinho
Silva, da Comunicação, Giles Azevedo, Assessor Especial da Presidência, Antônio
Palloci, ex-ministro da Casa Civil, Erenice Guerra, Ex-ministra da Casa Civil,
todos intimamente ligados à presidente Dilma.
No momento em que se grita em todo o Brasil que o pedido
de impeachment é um golpe, tendo em vista a não participação da presidente em ilícitos, parece que tudo vai caindo por terra quando a própria PGR pede
investigação sobre seus atos. Tudo tende a tomar um novo rumo a partir dos
pedidos de Janot.
É aquela velha história: quando a esmola é demais, o
santo desconfia.
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