Temer larga na frente
Depois de 16 horas de sessão, o governo saiu vitorioso em
seu primeiro embate no Congresso. Por aclamação, foi aprovada a nova meta
fiscal que prevê um rombo de R$ 170,5 bilhões nas contas públicas.
Mesmo enfrentando toda a sorte de manobras da oposição,
liderada pelo PT, a base do novo governo conseguiu a vitória que o presidente
em exercício e sua equipe econômica desejavam, ou seja, fôlego para trabalhar,
pelo menos até o final do ano.
Inconformados e derrotados, os agora oposicionistas
afirmaram que a base do governo se mostrou frágil e que ninguém governa sem
base política nem sem base das ruas. Uma prova de que o passado, que vigorou
até o início deste mês, foi rapidamente esquecido.
Todos sabem que a presidente Dilma Rousseff (PT), perdeu
praticamente toda a sustentação política no Congresso, tanto que foi derrotada
por ampla maioria, tanto na Câmara quanto no Senado, durante a discussão de seu
processo de impeachment.
Nas ruas, a derrota foi ainda maior. Enquanto milhões de
pessoas ocupavam espaços públicos pedindo a saída dela da presidência, seus
defensores não passavam de centenas, na maioria das vezes representadas por
militantes, sindicalistas, sem terra e sem teto.
O presidente Temer temia que a matéria pudesse não ser
aprovada até segunda-feira, o que obrigaria o governo a fazer um corte extra de
R$ 137,8 bilhões, travando a máquina pública, inviabilizando projetos de
recuperação da economia.
Vale lembrar que em março Dilma enviou ao Congresso
Nacional, projeto de lei mudando a meta fiscal, pedindo autorização para que
fosse registrado um rombo de R$ 96,65 bilhões.
Na última sexta-feira, o novo ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, apresentou uma previsão de déficit orçamentário no valor de
R$ 170,5 bilhões, classificada por ele como “realista”
Na madrugada, o ex-ministro do Planejamento, senador
Romero Jucá (PMDB) subiu à tribuna para se defender dos ataques oposicionistas
que ocorreram durante toda a sessão. Referindo-se aos parlamentares do PT, PC
do B e PDT, Jucá disse que “a maior das heranças malditas pode ser vista no
espelho por vocês mesmos: é a oposição. É ter de aguentar vocês”.
A autorização de um déficit de mais de 170 bilhões vai
permitir, conforme o governo, a execução de obras importantes. Uma delas,
amplamente destacada pelos governistas, é a transposição do Rio São Francisco.
A demorada sessão de ontem no Congresso, sinalizou que
Temer tem apoio e que, dependendo de sua atuação nos próximos meses, poderá
alcançar novas e importantes vitórias.
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