Devo e não nego!
Em tempos de crise financeira, sempre ouvi alguém
repetindo a frase que identifica a total falta de dinheiro para pagamento de
contas: ‘Devo não nego, pago quando puder’. Ela acabou entrando para o folclore
dos brasileiros não muito chegados ao pagamento de dívidas.
Hoje leio que, em sete meses, o número de inadimplentes
no Brasil cresceu um milhão, ou seja, um milhão de pessoas a mais não conseguiu
pagar suas dívidas. São números oficiais, o que deve significar que existe
muito mais gente que não consegue pagar suas contas.
A dramaticidade da situação, no meu ponto de vista, se
reflete na situação financeira de muitos estados brasileiros. No Rio Grande do
Sul, por exemplo, desde que assumiu, o governador Sartori não consegue pagar a
folha do funcionalismo integralmente. O parcelamento está praticamente
institucionalizado por aqui.
Será que existem pessoas achando que o governador está
parcelando o pagamento dos salários por vontade própria? Será que imaginam que
existe dinheiro e que o Sartori não paga para castigar o funcionalismo? O pior,
mesmo, é que acho que existem. São os adeptos do quanto pior, melhor! Ou alguém
acha que o governador não paga porque não quer? É a mesma coisa que achar que
existem inadimplentes simplesmente por não gostarem de pagar suas contas?
Sem esquecer que o próprio crédito pessoal foi extremamente
incentivado pelo governo federal através de isenções, taxa zero e outros
artifícios que acabaram se transformando em verdadeiras arapucas para o
consumidor. Quem comprou incentivado pelo governo, agora não tem como pagar.
Quem não deve estar muito preocupado com a inadimplência,
são os ‘artistas’, os ativistas culturais que fazem manifestações e ocupações
em defesa da volta do Ministério da Cultura numa tentativa clara de manutenção
dos privilégios garantidos durante o governo passado.
Em nenhum momento alguém viu algum ‘artista’ levantando a
voz ou fazendo qualquer manifestação contra a corrupção na Petrobras, contra o
desemprego, contra a inflação ou contra a recessão que tomou conta do Brasil.
Estiveram, e continuam estando, sempre preocupados com o próprio umbigo, com o
que poderiam arrecadar com patrocínios ou subsídios oferecidos pelo governo.
Quando sentem que as tetas podem secar, saem desesperados em busca de uma
solução que atenda, única e exclusivamente, seus próprios interesses.
E que não pensem que sou contra a cultura, aquela que nos
oferece grandes espetáculos, livros e filmes inesquecíveis, grandes atrizes e
atores. Não, o que não admito é a exploração de uma arte que, na maioria das
vezes, serve para justificar a mania que os que não querem trabalhar tem,
afirmando que são ‘artistas’.
O discurso destes se acaba quando se descobre que
o diretor do filme Aquarius, financiado por verbas públicas, que aparece
protestando em Paris, ocupa um cargo num órgão público, nomeado pela presidente
da República.
Protestar em Cannes, com financiamento pago por todos
nós, é muito fácil. Quero ver é ficar aqui, trabalhar e pagar as contas com o
salário que a maioria do povo brasileiro recebe.
Tenham todos um Bom Dia!
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