terça-feira, 17 de maio de 2016

BOM DIA!

Aos mestres, com carinho!

A manhã fria de hoje aqui em Porto Alegre, me fez pensar no quanto deve estar de gelado na região, por exemplo, da campanha do Rio Grande do Sul. Na Serra, então, nem se fala. As temperaturas devem andar beirando zero graus. A ausência do sol no começo da manhã, torna o dia ainda mais gelado.

Daí fico imaginando as crianças que saem para o colégio, muitas vezes andando quilômetros até chegarem a escola mais próxima. Enfrentam o ar frio das manhãs de inverno com a disposição de quem precisa estudar para ser alguém na vida. Vão para escola em busca do ensinamento necessário que, de alguma forma, vai ajudar na luta por um espaço melhor na sociedade. Muitos acabam desistindo no meio do caminho e deixam os estudos para seguir a vida que seus pais aprenderam a viver.

Só quem não desiste nunca são as professoras, os professores que, faça frio, chuva ou calor, deixam suas casas e partem para salas de aulas que nem sempre oferecem as condições necessárias para um bom ensinamento. Mas não deixam de trabalhar com amor e carinho.

Desde cedo, os professores se tornam verdadeiros pais para nossos filhos, para os filhos dos outros que, despreocupadamente, entregam suas crianças para que aprendam, muitas vezes, aquilo que não conseguiram aprender.

Lembrei de tudo ao, mais uma vez, ler que os professores estaduais estão em greve na luta por melhores salários. Querem condições para seguir praticando, quem sabe, a mais nobre das profissões, a de ensinar nossas crianças a ler e escrever, a respeitar e ser respeitado, a caminhar pela vida em busca de uma vida melhor.

Nem entro no mérito de quem comanda ou não o movimento. Dirigentes de categorias, pelo menos na minha opinião e salvo algumas raras exceções, são comprometidos politicamente e fazem o jogo de interesse partidário. Penso apenas no direito que os professores tem de ganhar um salário digno, no mínimo, para exercerem a profissão que abraçaram.

Sei das dificuldades orçamentárias do governo, assim como sei do que vem sendo acumulado, faz muitos anos de ações de maus governantes que, preocupados tão somente em manter o poder, prometem o que não terão capacidade para cumprir. Muitas vezes, o que é pior, oferecem aquilo que será responsabilidade de outro. Veja-se, por exemplo, o caso do piso salarial. Nem quem assinou e/ou criou a lei, teve condições de cumpri-la. Mas prometeu cumprir.

Neste momento, lá em São Gabriel, onde cursei o primário no Grupo Escolar Mena Barreto, centenas de professoras e professores já estão nas salas de aula, com a mesma disposição de sempre, com o carinho permanente, ensinando crianças que, alheias ao momento difícil de quem lhes ensina, querem aprender. E muitos conseguem.

Quem sabe o Centro dos Professores e o governo estadual tentam conversar. Quem sabe conseguem chegar a um denominador que permita pagar aos professores um salário justo. Ficar gritando de um lado e de outro que o salário é injusto e que não existe verba, não vai levar a lugar nenhum. O governo precisa saber que a educação deverá, sempre, ser prioridade, assim como saúde e segurança. Mas os professores precisam, pelo menos, ganhar um salário que lhes permita viver dignamente.

Não sou favorável a greves, ocupações ou lutas de classes. Acho que o diálogo sempre será o melhor caminho. Mas não consigo ficar alheio ao momento em que, mais uma vez, é preciso dar aos mestres o carinho que merecem.

Tenham todos um Bom Dia!

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