Morreu Cauby Peixoto
Quem tem a minha idade, ou está perto dela, vai lembrar,
quem sabe com a mesma tristeza, com o mesmo carinho, de um dos maiores cantores
do Brasil e que nos deixou, aos 85 anos, no final deste domingo.
Estou falando de Cauby Peixoto que foi, indiscutivelmente,
um dos maiores ídolos do Brasil, que levava multidões aos auditórios da Rádio
Nacional, que lotava espetáculos, que vendia milhares de discos e que tinha fãs
clubes em quase todas as cidades do Brasil.
Cauby foi sucesso no tempo em que astros como ele não podiam andar nas ruas pois tinham suas roupas rasgadas, eram
abraçados, venerados por pessoas que queriam, pelo menos, tocar no seu ídolo.
Acho que ainda tenho um LP (foto acima), com oito músicas, comprado
por meu irmão Dilamar, no final dos anos 50, no auge de Cauby. Nele, o destaque
era Conceição, seu primeiro grande sucesso. Não havia uma emissora de rádio no
Brasil que não tocasse o disco do Cauby cantando a história da moça que desceu
do morro em busca da fama, trocou de nome, “e agora daria um milhão para ser
outra vez Conceição”.
Quando Cauby Peixoto surgiu, provavelmente tivesse vinte
e poucos anos. Daí para frente, quem conviveu com a época de ouro da música
popular brasileira, não esqueceu de sua voz forte, de sua presença marcante nos
palcos e, mais tarde, na televisão. Cauby ultrapassou todas as barreiras e
permaneceu na memória de quem sabe distinguir um cantor, um interprete, de
alguém que não passa de um momento, de fruto de uma mídia que cria nomes que
chegam e partem quase que na mesma hora. Ninguém mais lembra, por exemplo, de
dezenas de cantores e cantoras que explodiram faz pouco tempo e que não
passaram de uma música de sucesso.
Ao lado de Nelson Gonçalves, Altemar Dutra, Miltinho,
Angela Maria, e tantos outros, Cauby fez sucesso e levou plateias emocionadas
para seus shows até não conseguir mais cantar.
Ao partir, com 85 anos, Cauby Peixoto deixa a saudade de
um tempo inesquecível da música brasileira. Sua voz vai permanecer encantando a
quem prefere a música eterna, o sucesso de sempre.
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