terça-feira, 12 de abril de 2016

Impeachment e Lava Jato

PF prende ex-senador Gim Argello

Começo com a decisão da Comissão Especial da Câmara Federal que, por 38 votos contra 27, decidiu encaminhar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) para votação em plenário.

Depois de quase 10 horas de debates, discussões, agressões verbais e muita gritaria, provavelmente cansados de tantos discursos, os deputados resolveram votar e aplicaram uma derrota maior do que a que o governo esperava.

Surpresa até para os favoráveis ao impeachment que imaginavam 35 votos e conseguiram 38. Mesmo afirmando que o resultado estava dentro das previsões, o governo deve ter ligado o sinal de alerta já que a votação em plenário ficou mais complicada.

E na manhã de hoje, foi deflagrada a 28ª operação da Lava Jato, denominada de Vitória de Pirro, uma alusão ao fato de que os presos pensaram ter vencido a guerra contra a justiça, mas tudo não passava de uma simples batalha.

Dizem os procuradores da Lava jato, que existem fortes indícios de que Gim Argello, vice-presidente da CPI da Petrobras em 2014, teria exigido propinas que viraram doações oficiais (?) de campanha, para que empresários não fossem obrigados a depor na Comissão.

As CPIs, já que foram duas, uma da Câmara e outra do Congresso, foram abertas depois que a presidente Dilma, como presidente do Conselho da Petrobras, autorizou a compra da Refinaria de Pasadena, considerado um dos piores da história da companhia.

A “Vitória de Pirro” é fruto da delação premiada do senador Delcídio do Amaral que afirmou ter o ex-senador Argello atuado para que o empreiteiro Ricardo Pessoa não fosse depor na CPI da Petrobras.

Delcidio disse que eram feitas reuniões semanais entre executivos e congressistas, quando eram discutidos requerimentos da CPI e a estratégia para derrubá-los. O delator disse que os encontros ocorriam normalmente, na casa de Gim Argello, que seria o coordenador do grupo que pedia dinheiro aos empreiteiros.

Os presos, e são muitos, nesta fase da Lava Jato, estão sendo encaminhados para Curitiba onde conversarão de perto com o juiz Sérgio Moro.

Junte-se a votação na Comissão Especial que autoriza o prosseguimento do processo de impeachment da presidente, as prisões em mais uma operação da Lava Jato e o ‘vazamento’ do discurso de Michel Temer, antecipando o que diria após chegar à presidência, podemos afirmar, sem errar, que o Brasil nunca viveu um momento tão tristemente especial como o que vem ocorrendo neste começo de semana.

Tenham, todos, um Bom Dia!

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