Não é só o impeachment!
Evidente que o que mais preocupa os brasileiros é o
problema econômico e político que Brasil
vem enfrentando. Não se fala em outra coisa a não ser na possibilidade de
impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ontem mesmo, depois da leitura do
relatório que pede o prosseguimento do caso na Comissão Especial da Câmara, os
dois lados, oposicionistas e governistas, tiveram reações diferentes. Os
primeiros aplaudiram e os outros desfizeram das alegações do relator e já anunciaram
que pedirão a anulação do relatório caso ele seja aprovado.
Mas se em Brasilia, de resto em todo o Brasil, o que
predomina é a discussão sobre o impeachment, em outros estados problemas que
atingem diretamente o funcionalismo surgem com bastante força, obrigando
governadores e prefeitos medidas extremas.
Já falei aqui que sou contra o parcelamento e muito mais
do atraso no pagamento dos servidores. Acho que quem trabalha o mês inteiro,
quem assume compromissos financeiros, tem obrigação de cumpri-los ao final de
cada mês.
Aqui no RS, desde que assumiu, o governador José Ivo
Sartori vem parcelando o pagamento do salário do funcionalismo. Não existe dinheiro
em caixa. Governos anteriores, exceção para o de Yeda Crussius, foram raspando
os cofres, gastando muito mais do que deviam e acabaram colocando o Estado num
buraco sem fundo. Alguém precisava fazer alguma coisa e alguém teria que pagar
pela inconsequência dos governantes anteriores, todos eles.
Lamentavelmente o reflexo está sendo sentido pelos
servidores públicos que, ao final de cada mês, sofrem com parcelamento de seus
salários.
Numa análise fria e racional do caso, sou dos que
acreditam que todo o sofrimento de hoje, será recompensando ao final do governo
do Sartori. Homem sério e trabalhador, não estaria sacrificando servidores
estaduais pelo simples prazer de sacrificar. Motivos existem e soluções estão
sendo buscadas, acredito. Ainda tenho esperanças que os servidores do Estado
acabarão recompensados pelo sacrifício enorme a que estão sendo expostos.
Mas se aqui está ruim, no Rio de Janeiro, por exemplo, a
situação é muito pior. Lá o governo ainda não pagou um centavo do salário de
março, anunciou que não sabe quando vai pagar e já disse que vai atrasar o pagamento
dos servidores, que decidiram entrar em greve. Se receber parceladamente já é difícil,
imagina não receber.
Em Belo Horizonte, a prefeitura municipal determinou o
fim do lanche para os professores e servidores de escolas municipais. Cerca
de 24 mil professores, auxiliares e servidores da rede municipal de educação de
Belo Horizonte não poderão mais merendar nas escolas. A proibição começa a
valer a partir do dia 15, e foi determinada em reunião com gestores no dia 1º.
Alegando “grave crise econômica”, a administração municipal afirma que investe
cerca de R$ 73,5 milhões por ano com alimentação, dos quais R$ 50 milhões em
recursos próprios e o restante repassado pelo governo federal, por meio do Programa
Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Mas os
repasses federais estão congelados desde 2009, gerando uma defasagem de 46,8%,
referente à inflação acumulada no período.
Fiz questão de mostrar que o quadro é quase
geral já que acredito que em muitos outros estados e municípios a situação não
seja diferente, para salientar que não sou daqueles que afirmam, como muitos
fazem, que aqui está ruim, mas lá está igual ou pior. Acho que cada um deve
tratar de seus problemas e, se possível, contribuir para que com os outros não
aconteça a mesma coisa.
Analisando o Brasil como um todo, se vê
claramente que não é só o impeachment que preocupa.
Tenham todos um Bom Dia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário