terça-feira, 5 de abril de 2016

Bom Dia!

A imprensa golpista!

Tem uma coisa que aprendi, desde criança, com meu pai que era militar e nos deu uma educação rígida, sem ser truculento nem ditatorial. Era justo, um homem honesto e de princípios morais inabaláveis.

Pois meu pai nos ensinou que sempre existem dois lados de um fato, de uma história, de um movimento, de uma ação qualquer. Alguns defendem um ponto de vista, ou seja, um lado, outros defendem o outro. Alguns consideram certo o que outros acham errado. Mas os dois lados devem ser respeitados, isto é, não se pode achar que algo está certo quando atende nossos interesses e errado quando é contra o que pensamos.

Ontem, durante o quase feroz discurso do Advogado Geral da União, José Eduardo Cardozo, lembrei do velho Capitão Machado e de seus ensinamentos sobre tirar proveito do que interessa e condenar o que não interessa.

Em certo momento de sua pregação, Cardozo se utilizou de matérias publicadas na imprensa brasileira para afirmar que  - “Conforme fartamente documentado pela imprensa, a decisão do presidente Eduardo Cunha não visou o cumprimento da Constituição” - classificando de vingança de Eduardo Cunha a abertura do processo de Impeachment da presidente.

Assim como se utilizou da imprensa para justificar sua defesa, Cardozo esqueceu da mesma imprensa para lembrar que, dias antes da abertura do processo, ela divulgava tratativas do PT com o PMDB para impedir que Cunha abrisse o processo, oferecendo a possibilidade de evitar a ida dele para o Conselho de Ética.

Neste momento, ficou clara a utilização de um dos lados da história em benefício próprio. Quando a imprensa fala o que interessa ao governo, merece aplausos dos governistas, mas quando fala contra, é chamada de golpista.

Certamente nas afirmações de José Eduardo Cardozo, estavam matérias publicadas no Globo, na Veja, no Estadão e em tantos outros veículos odiados pelo PT e pelos petistas. Naquele momento as matérias, passam a ser confiáveis e honestas. Bem diferente de quando são classificadas de golpistas e mentirosas.

Confesso que não assisti até o final a pregação política ideológica do Advogado Geral da União, que se mostrou mestre em repetir o que vem sendo pregado por Lula, Dilma e companhia faz muito tempo. Insistem numa tese que, no meu entendimento, já caducou.

O próprio STF, cujos ministros foram chamados de covardes por Lula, já disse que impeachment está previsto na Constituição, mas que para o ministro da AGU, rasga a Constituição, tornando ilegítimo um possível governo depois da presidente Dilma.

Só não entendi se, quando fala em ilegítimo, se refere ao vice-presidente Michel Temer que, até prova em contrário, foi eleito na mesma chapa da representante do PT e que até o momento em que deixou o governo, era aliado fiel e necessário, com toda a legitimidade.

Volto aos ensinamentos do meu pai para lembrar que, em outras palavras, o que nos interessa é democrático, mas o que não nos interessa, é golpe.

Tenham todos um Bom Dia!

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