terça-feira, 19 de abril de 2016

Bom Dia!

Espelho, espelho meu!

No primeiro dia depois que os deputados aprovaram, por maioria esmagadora, a autorização para o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), li, ouvi e assisti aos mais variados comentários sobre o assunto. Como se dizia antigamente, tem para todos os gostos!

Não gostaria de entrar no mérito da decisão dos deputados. Tenho manifestado, aqui, minha opinião sobre o momento que estamos vivendo no Brasil, onde não existe governo, onde a corrupção tomou conta de todos os setores, onde há uma inversão total de valores e principalmente onde cada um se julga no direito de ofender adversários sem olhar para traz ou, em muitos casos, sem se olhar no espelho.

Afirmam os governistas, que foi aplicado um golpe contra a presidente que obteve 54 milhões de votos e que se trata de uma pessoa honrada, honesta e coisa e tal. Esquecem, no entanto, que os 54 milhões de votos, também foram dados ao vice-presidente Michel Temer. Ele fazia parte da chapa da presidente Dilma, como na eleição anterior. Quem não quisesse o Temer de vice, que não votasse na Dilma, ou que reclamasse antes. Alguém lembra de ter ouvido qualquer petista reclamando da presença de Temer na chapa? Alguém se colocou contra os votos que Dilma receberia do PMDB? Eu não lembro, mas posso estar enganado.

Antes Temer e os votos do PMDB serviam, agora ele é traidor, conspirador, golpista e não tem voto. Isso, pelo menos para mim, é incoerência das maiores. Ou auto defesa, sei lá. Eu posso garantir que estou tranquilo, jamais votei em Temer.

O deputado Henrique Fontana, que foi um vereador medíocre em Porto Alegre, afirmou em artigo publicado na imprensa, que a institucionalização da corrupção no Brasil, a quebra da Petrobras e a notória incompetência do governo, são fatos secundários. A culpa, como sempre, é de governos passados. Para Fontana, Eduardo Cunha é um corrupto que não poderia ter comandado a sessão da Câmara na votação do impeachment. Mas Fontana não falou, por esquecimento ou interesse, em José Dirceu, Vacari Neto e outros companheiros seus que estão presos e condenados em Curitiba. Eduardo Cunha é, sim, um corrupto, mas nada diferente dos petistas presos por roubo.

Agora o processo está no Senado, e a pergunta que faço, é a seguinte: depois que ofenderam, gritaram esbravejaram contra Eduardo Cunha, chamado de corrupto, ladrão e réu da Lava Jato, farão o mesmo em relação a Renan Calheiros, tão envolvido em corrupção quanto Cunha, ou silenciarão por se tratar de um corrupto aliado da presidente e do governo?

Para encerrar, reproduzo o comentário de um leitor publicado na ZH de hoje sobre a coluna de Luiz Fernando Veríssimo publicada ontem (18). Diz o leitor: “A votação no Congresso garante que eu  e outros brasileiros preferimos ver no espelho, ao nosso lado, Eduardo Cunha, ao invés de José Dirceu, Lula, Dilma e Veríssimo”.

Como diria um amigo meu, UMA OPINIÃO!

Tenham todos um Bom Dia!

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