quinta-feira, 7 de abril de 2016

Andrade Gutierrez

Planilha cita propina à campanha de Dilma

Otávio Azevedo
Executivos da construtora Andrade Gutierrez apresentaram à Procuradoria-Geral da República uma planilha que mostra pagamento de propina em forma de doação legal às campanhas da presidente Dilma Rousseff e de seus aliados em 2010 e 2014, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada nesta quinta-feira. A informação teria sido detalhada pelo ex-presidente da empresa Otávio Marques de Azevedo e pelo ex-diretor Flávio Barra enquanto tentavam fechar acordo de delação premiada com a procuradoria. A colaboração ainda precisa ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal.

Aos procuradores, Otávio Azevedo contou que foi procurado pelo tesoureiro Edinho Silva, hoje ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, e por Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete e atual assessor especial de Dilma. Os dois queriam dinheiro, mais dinheiro, 100 milhões a mais do que a quantia que a empreiteira havia combinado "doar" à campanha. Para explicar que não podia atender ao pedido, Azevedo explicou que os "acertos" da Petrobras já haviam sido repassados.

Edinho Silva
O tesoureiro e o assessor disseram que isso era outra coisa. Ou seja, Edinho e Giles, ao menos naquele instante, foram informados sobre a existência de repasses oriundos do petrolão. Não se surpreenderam ou não se interessaram. Como a pressão continuou, a Andrade "doou" mais 10 milhões à campanha petista. Em 2014, a campanha de Dilma recebeu oficialmente 20 milhões de reais da empresa.

Aos procuradores, Azevedo contou que a propina se referia a contratos do Complexo Petroquímico do Rio, da usina nuclear de Angra 3 e da hidrelétrica de Belo Monte. O empreiteiro explicou que dividia as doações em "compromissos com o governo" e a "parte republicana". A primeira seria a propina e a segunda, a doação espontânea prevista na legislação eleitoral. A tabela entregue à PGR ainda cita doações para o Diretório Nacional do PT nas eleições municipais de 2012, além dos pleitos de 2010 e 2014.

Em nota, o coordenador jurídico da campanha da presidente Dilma, Flavio Caetano, negou qualquer irregularidade nas doações feitas à petista.
(Com Veja.com/conteúdo)

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