sexta-feira, 4 de março de 2016

Rapidinhas


Instituto Lula foi esvaziado antes de operação
Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula afirmou que a corporação apura vazamento de informações sobre a quebra do sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Lula, principal alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato. De acordo com ele, houve tentativas de pessoas ligadas ao petista de interferir na operação desta sexta. O cenário que os agentes da PF encontraram na sede do Instituto Lula, na Zona Sul de São Paulo, e no apartamento do ex-presidente em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, reforça a suspeita. Agentes da Receita Federal afirmam que há indícios de 'esvaziamento' do instituto. Integrantes da operação afirmam que foram encontrados menos documentos do que deveria haver no local. Os agentes só acharam arquivos eletrônicos, sem documentos. As buscas por lá devem se estender pelas próximas 15 horas em decorrência de "procedimentos técnicos" de informática, segundo uma pessoa ligada à operação. Já em São Bernardo, Lula não foi acordado pelos agentes: seus seguranças chegaram basicamente ao mesmo tempo dos homens da PF. Há uma semana, a equipe do ex-presidente passou a ter uma movimentação de horários diferente, entrando mais cedo do que o normal. 

Paulo Okamotto foi levado pela PF de sítio em Atibaia
Presidente do Instituto Lula e sócio do ex-presidente na empresa LILS Palestras, Paulo Okamotto foi encontrado pela Polícia Federal em Atibaia (SP) e não na residência dele em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Okamotto também é dono de uma propriedade rural na cidade, no interior de São Paulo, onde Lula tem um sítio reformado por empreiteiras do petrolão, conforme o Ministério Público. Okamotto ainda não depôs - ele está sendo conduzido pela PF para São Paulo.

O 13 de março ganha força
Ao final de uma semana especialmente ruim para o PT, o engajamento dos brasileiros no protesto convocado para o dia 13 de março aumentou significativamente. Entre quinta e sexta-feira, os compartilhamentos e 'curtidas' na página do Movimento Brasil Livre (MBL) no Facebook aumentou 15 vezes, segundo o líder do MBL Kim Kataguiri. As lideranças do MBL e do Vem Pra Rua informam que esperam desta vez um número de manifestantes ainda maior do que o de 15 de março do ano passado, quando a presidente Dilma Rousseff enfrentou o maior protesto popular desde as Diretas. Nesta manhã, a Operação Lava Jato levou o ex-presidente Lula para depor à força em São Paulo - apenas um dia depois de vir à tona que o ex-líder do governo Dilma no Senado, Delcídio do Amaral, ter fechado acordo de delação premiada. A operação desta sexta, contudo, nada tem a ver com os depoimentos de Delcídio, que implicam Lula e Dilma. "Como, antes, não havia resultado, não havia perspectiva de mudanças para o futuro, ficava difícil mobilizar as pessoas para protestarem. Mas com os últimos acontecimentos é muito mais fácil. São bem grandes as chances de que esse protesto seja maior do que o 15 de março", analisou Kataguiri.

MPF investiga R$ 30 milhões em doações e pagamentos a Lula
A 24ª fase da Operação Lava Jato investiga a relação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus familiares com empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) encontraram indícios de que Lula recebeu vantagens indevidas, como um apartamento e reformas em imóveis, além de doações e pagamentos por palestras via Instituto Lula e a empresa LILS Palestras, que pertence ao ex-presidente. O MPF diz que o instituto recebeu de empreiteiras R$ 20 milhões em doações e que a LILS Palestras recebeu R$ 10 milhões. Investigadores querem saber se os recursos vieram de desvios da Petrobras e se foram usados de forma lícita. Parte do dinheiro foi transferido do Instituto Lula para empresas de filhos do ex-presidente, e o MPF apura se serviços foram de fato prestados.

“Eu merecia mais respeito pelo que fiz a este País”, diz Lula
Um Lula com discurso indignado, magoado e repleto de ataques ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal. Foi esse o tom que o ex-presidente da República adotou durante coletiva de imprensa concedida na sede nacional do Partido dos Trabalhadores, na região central de São Paulo, na tarde desta sexta-feira (4).  Convocada pelo próprio Lula após prestar depoimento na sede da Polícia Federal do Aeroporto de Congonhas para explicar supostas vantagens que ele teria recebido de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, a coletiva serviu para o ex-presidente se defender das acusações, as quais contra-atacou com pontos positivos de seu período na Presidência e com uma suposta perseguição sofrida pelo Partido dos Trabalhadores de parte da imprensa e das elites do País. "Eu acho que merecia mais respeito pelo que fiz a este País", afirmou Lula em meio a aplausos da militância que lotou o auditório do partido antes do primeiro protesto para defender o ex-presidente após a deflagração da 24ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Aletheia, marcado para as 18h, na Quadra dos Bancários, no centro paulistano.

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