terça-feira, 15 de março de 2016

Opinião

Cinco dias de folga!


Provavelmente não sejam todos. Mas imagino que sejam muitos os professores que apoiam mais uma greve promovida pelo Cpers e que começou na manhã de hoje nas escolas públicas.

Nem quero entrar no mérito do quanto ganham os professores. Esclareço, antes de tudo, que acho que ganham muito mal, que precisam de reajuste que merecem o piso e que devem lutar por seus direitos.

O que questiono, é  o fato do sindicato dos professores, sempre que vê uma oportunidade política de manifestação, decretar uma greve que, coincidentemente, começa em dias que acabam se transformando em folga prolongada para todos.

E quando falo em folga, não estou exagerando, pois os dias parados sempre são pagos normalmente, e a recuperação das aulas, convenhamos deixa muito a desejar.

Pois o Cpers convocou uma greve de três dias que começa hoje, terça-feira, e se prolonga pela quarta e pela quinta. Na sexta-feira haverá uma assembleia no Gigantinho que, como sempre acontece, terminará com uma caminhada até a Praça da matriz. Aí o trânsito ficará complicado e as pessoas que estão trabalhando, serão extremamente prejudicadas pelos grevistas. Quem quer exercer, por exemplo, o direito de voltar para casa ou para se dirigir ao trabalho, não poderá, pois as ruas estarão tomadas de grevistas. Tomara que desta vez seja diferente, mas duvido.

Depois, teremos o sábado e o domingo, dias de descanso para quem trabalha a semana inteira. Pois os professores grevistas, que param hoje, só voltam a trabalhar na segunda-feira, dia 21, ou seja, terão uma folga de cinco dias, sem dar aula e sendo pagos, mesmo que mal pagos, por todos nós. Quem tem filho em escola pública e paga o salário dos professores estaduais, não tem como reclamar. É ficar com as crianças em casa e rezar para que tudo acabe logo.

Não sei quanto tempo faz que vejo tudo se repetir a cada ano. Professores reclamam que ganham, pouco, fazem greve e, normalmente, o primeiro item de reivindicações é o pagamento dos dias parados. Salvo entendimento contrário, receber para não trabalhar, não me parece algo muito justo. O direito de greve existe, mas o de folgar cinco dias recebendo salário, por menor que seja, não!

Não posso afirmar, mas acho que muitos dos que estão em greve hoje, estavam na Redenção, domingo, aplaudindo ao ex-ministro que assinou a lei do piso e não cumpriu.

Machado Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário