Cinco dias de folga!
Provavelmente não sejam todos. Mas imagino que sejam
muitos os professores que apoiam mais uma greve promovida pelo Cpers e que
começou na manhã de hoje nas escolas públicas.
Nem quero entrar no mérito do quanto ganham os professores.
Esclareço, antes de tudo, que acho que ganham muito mal, que precisam de
reajuste que merecem o piso e que devem lutar por seus direitos.
O que questiono, é o fato do sindicato dos professores, sempre que vê uma oportunidade
política de manifestação, decretar uma greve que, coincidentemente, começa em
dias que acabam se transformando em folga prolongada para todos.
E quando falo em folga, não estou exagerando, pois os
dias parados sempre são pagos normalmente, e a recuperação das aulas,
convenhamos deixa muito a desejar.
Pois o Cpers convocou uma greve de três dias que começa
hoje, terça-feira, e se prolonga pela quarta e pela quinta. Na sexta-feira
haverá uma assembleia no Gigantinho que, como sempre acontece, terminará com
uma caminhada até a Praça da matriz. Aí o trânsito ficará complicado e as
pessoas que estão trabalhando, serão extremamente prejudicadas pelos grevistas.
Quem quer exercer, por exemplo, o direito de voltar para casa ou para se
dirigir ao trabalho, não poderá, pois as ruas estarão tomadas de grevistas.
Tomara que desta vez seja diferente, mas duvido.
Depois, teremos o sábado e o domingo, dias de descanso
para quem trabalha a semana inteira. Pois os professores grevistas, que param
hoje, só voltam a trabalhar na segunda-feira, dia 21, ou seja, terão uma folga
de cinco dias, sem dar aula e sendo pagos, mesmo que mal pagos, por todos nós.
Quem tem filho em escola pública e paga o salário dos professores estaduais,
não tem como reclamar. É ficar com as crianças em casa e rezar para que tudo
acabe logo.
Não sei quanto tempo faz que vejo tudo se repetir a cada
ano. Professores reclamam que ganham, pouco, fazem greve e, normalmente, o
primeiro item de reivindicações é o pagamento dos dias parados. Salvo
entendimento contrário, receber para não trabalhar, não me parece algo muito
justo. O direito de greve existe, mas o de folgar cinco dias recebendo salário,
por menor que seja, não!
Não posso afirmar, mas acho que muitos dos que estão em
greve hoje, estavam na Redenção, domingo, aplaudindo ao ex-ministro que assinou
a lei do piso e não cumpriu.
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