Inflação chega a 180,9%
e PIB recua 5,7% em 2015
Dados indicam que durante 2015, houve um aprofundamento
da recessão. Para 2016, FMI prevê que a contração do PIB será a maior do mundo.
A Venezuela registrou uma inflação de 180,9% em
2015, uma das mais altas do mundo, e um retrocesso em seu PIB de 5,7%, informou
nesta quinta-feira (18) o Banco Central venezuelano.
Os dados revelam que durante o ano passado houve um
aprofundamento da recessão na economia venezuelana, que já havia registrado uma
queda de 3,9% durante o ano de 2014, ao mesmo tempo que acelerou o aumento dos
preços em relação a 2014, quando a inflação reportada pelo Banco Central foi de
68,5%.
A Venezuela sofre uma profunda crise econômica, afetada
pela queda nos preços do petróleo, atualmente abaixo dos US$ 30 o barril. Para
2016, o FMI prevê que a contração do PIB da Venezuela será a maior do mundo. Atrás
do país, está o Brasil, que deverá ter o segundo pior resultado.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta
quarta-feira (17) uma desvalorização
de 37% do bolívar reservada à importação de alimentos e medicamentos, que
passará de 6,3 a 10 bolívares por dólar.
"O sistema de câmbio que vamos simplificar em duas
faixas, a faixa do sistema de câmbio protegido que começa amanhã, de 6,30 a 10
bolívares", e outra, que será "flutuante" e que até agora era de
200 bolívares por dólar, destacou Maduro, ao anunciar uma série de medidas
econômicas, entre elas o aumento do preço da gasolina pela primeira vez em 20
anos.
O novo regime cambiário passa de três a duas taxas de
câmbio, ao eliminar a de 13,5 bolívares por dólar, usada para algumas
matérias-primas e insumos industriais.
O país com as maiores reservas petroleiras do mundo,
altamente dependente de importações, sofre com uma seca de dólares, agravada
pela queda nos
preços do petróleo, fonte de 96% de suas divisas.
Economistas independentes atribuem a falta de acesso a divisas
ao regime de controle do câmbio adotado pelo governo (1999-2013) do falecido
Hugo Chávez em 2003, que Maduro reconheceu nesta quarta-feira que está
"esgotado".
Maduro anunciou, ainda, o aumento da até então gasolina
mais barata do mundo, ao passar de 0,01 dólar o litro (à antiga taxa de 6,3
bolívares por dólar) para 0,6 dólar com a desvalorização desta quarta-feira.
Além disso, anunciou um aumento de 20% no salário mínimo,
que passará de 9.600 para 11.520 bolívares (US$ 1.152 dólares na nova taxa oficial
mais baixa e US$ 11,5 no valor da divisa no mercado paralelo). (France Presse)
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