Odebrecht vai passar o Natal na cadeia
A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
sepultou nesta terça-feira as esperanças do empreiteiro Marcelo Odebrecht e
negou, por quatro votos a um, o pedido de liberdade do executivo. No mais
aguardado julgamento da Lava Jato, os ministros do tribunal mandaram um recado
aos empresários que usurparam contratos da Petrobras e distribuíram propina a
agentes políticos.
"Os brasileiros não aguentam mais serem apunhalados
pelas costas de maneira sórdida. Já chega, basta. Esta sangria precisa ser
estancada. Os limites da paciência já se esgotaram", resumiu o ministro
Jorge Mussi.
Com a decisão
de hoje, Odebrecht deve passar o Natal no Complexo Médico-Penal em Curitiba,
onde divide cela com executivos acusados de integrar o esquema do petrolão. A
defesa anunciou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em um voto
exemplar, Mussi relembrou o bilionário esquema de arrombou os cofres da
petroleira, disse que a estatal foi "manchada" pelo esquema criminoso
e afirmou que o executivo tinha plena ciência do esquema criminoso e atuava em
cumplicidade com seus subordinados na maior empreiteira do país. Ainda segundo
o magistrado, empresários que atuaram no escândalo do petrolão buscavam lucros
extravagantes com as fraudes sucessivas em contratos, sendo que a Marcelo
Odebrecht caberia, por sua posição de liderança no grupo da família,
"orientar" atividades criminosas.
O entendimento
do STJ sobre o risco que representaria a liberdade de Marcelo Odebrecht
coincide com a avaliação do juiz federal Sergio Moro, que decretou a prisão do
executivo em 19 de junho. Mas antes de amargar os atuais 179 dias de cadeia, o
executivo se considerava intocável e tinha a certeza de que seu amplo leque de
contatos políticos o livraria dos temidos mandados de prisão assinados pelo
juiz Sergio Moro.
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