Aprovada investigação contra Cunha
Foto: Agência Câmara |
O presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sofreu mais um revés nesta manhã, desta vez no
Conselho de Ética da Casa. Por onze votos a nove o colegiado aprovou a abertura
de investigação contra o deputado. Foram necessárias oito sessões para que o
caso finalmente se movimentasse no colegiado. As reuniões até aqui haviam sido
marcadas por sucessivas manobras de Cunha e seus aliados para protelar os
trabalhos: até o primeiro relator do caso, Fausto Pinato (PRB-SP), acabou
deposto do cargo na semana passada. Os deputados acabaram nesta terça por
seguir o parecer de Marcos Rogério (PDT-RO), escolhido para o lugar de Pinato.
Com a abertura do processo, abre-se prazo de dez dias
úteis para Eduardo Cunha apresentar sua defesa no colegiado. Como já na próxima
semana o Congresso entra em recesso, essa etapa deve ficar para 2016.
A votação foi precedida de momentos de tensão e, como de
praxe, por tentativas de aliados de Cunha de adiar a decisão sobre o caso. O
deputado Júlio Delgado (PSB-MG) chegou a afirmar que foi procurado por aliados
de Cunha, entre eles Carlos Marun (PMDB-MS), André Moura (PSC-SE) e Hugo Motta
(PMDB-PB), que teriam prometido desistir do 'kit obstrução' em troca do
adiamento da sessão para quarta-feira.
"É verdade que começa a rolar um acordo com o
presidente para ele renunciar o mandato e eleger um novo presidente que tenha
legitimidade pra tocar essa bandeira. Esse acordo de querer jogar para frente é
arriscado. Quem é que garante que até lá ele ainda será presidente dessa
Casa?", afirmou o petista José Geraldo (PT-PA). Pouco antes, ele afirmou
que Cunha renunciaria ao cargo ainda nesta terça.
Aliados de Cunha mudaram de estratégia ao longo da
votação. Depois de tentar mais uma vez adiar a deliberação do relatório, eles
decidiram retirar todos os requerimentos protelatórios e enfim votar o parecer.
Agora, eles falam em recorrer à Comissão de Constituição e Justiça com um
recurso para derrubar a votação que impediu um novo pedido de vista ao
processo, o que já havia acontecido na apresentação do parecer do deputado
Fausto Pinato. Se a CCJ, comandada por Arthur Lira (PP-AL), aliado de Cunha,
acatar a ação, todo o processo no colegiado volta à estaca zero.
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