Tô de olho no senhor...
Como faço todas as manhãs, antes de sair de casa, dou uma
passada pelos principais jornais e portais de notícias na internet. Abri a
página do Estadão e dei de cara com a informação de que o ministro Luiz Fachin,
do STF, suspendeu, até dia 16, a tramitação do processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff (PT), trancando a instalação da Comissão Especial que
aconteceria na tarde de hoje. O ministro atendeu pedido do PC do B e suspendeu
tudo até a próxima quarta-feira.
Li também que, depois da espetacular derrota do governo
na votação para eleição da Comissão Especial (272 X 199), a direção da Câmara
avaliou a destruição provocada por governantes nas cabines de votação. Nada
menos do que 10, das 14 cabines montadas para a eleição, tiveram suas urnas
parcial ou totalmente danificadas por ‘deputados’ governistas, a maioria
representantes do Partido dos Trabalhadores.
Fiquei pensando que estes mesmos deputados, que entraram
nas cabines e destruíram o patrimônio público, transferindo para nós as
despesas com a reconstituição das urnas e equipamentos eletrônicos, são os que
gritam por democracia, liberdade e diretos individuais.
Mas que liberdade, cara pálida, pode haver quando quem
mais deveria batalhar por ela usa da força e da barbárie para impedir que um
processo, mesmo que não tenha seu apoio, seja brutalmente conturbado através de
gritos, quebra-quebra, socos e ponta pés?
A grande preocupação do governo com a decisão de seu
aliado, ministro Fachin, de transferir para dia 16 a decisão, que será tomada
pelo plenário do Supremo, é que ela acabe inflando ainda mais os movimentos de
rua marcados para domingo, dia 13. A pressão do povo poderá ser
decisiva para a tomada de posição de alguns parlamentares indecisos e para o
fortalecimento da opinião daqueles que desejam o impeachment da presidente.
Fachin, que já foi advogado do MST, tentando ajudar, pode ter atrapalhado os
planos do governo.
No PMDB, depois que o líder partidário, deputado Leonardo
Picciani (RJ) resolveu indicar cinco dos oito integrantes da chapa, todos
identificados com o governo, a bancada deseja que ele seja substituído
imediatamente. A partir de hoje, e a qualquer momento, Picciani poderá ficar
pendurado no pincel, perdendo a liderança na Câmara. Foi com muita sede ao pote.
Aos que criticaram a carta que o vice Michel Temer mandou
para a presidente Dilma, relatando suas frustrações e amarguras, resta analisar
se não foi ela um dos fatores decisivos para que a oposição se reagrupasse e
conseguisse impor uma derrota tão amarga ao governo.
Ah! Sobre o titulo do meu comentário, ele faz referência
ao consagrado bordão de um personagem do programa Praça da Alegria que sempre encerrava
sua participação com a frase “tô de olho no senhor”. Lembrei dela ao ler as
notícias sobre a decisão do ministro Luiz Fachin.
Tenham todos um Bom Dia!
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