Nem sempre dá para acreditar!
Tenho na minha frente os jornais de Porto Alegre, edição
de hoje, e um computador onde posso acessar todos os portais de notícias. Não
preciso de muito tempo para me dar conta de que quase todos falam as mesmas
coisas, repetem as mesmas notícias, escancaram a imensa crise econômica em que
o Brasil está atolado.
Ao mesmo tempo, mostram que a política vai de mal a pior,
noticiando acontecimentos escabrosos em todos os níveis de governo. São poucos
os políticos que se salvam do profundo mar de lama que se derramou sobre nossos
parlamentos e adjacências.
Para se ter uma ideia, a votação sobre o prosseguimento
do processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi adiado pela
sexta vez no Conselho de Ética. Depois de uma manobra comandada pelo próprio Cunha,
o relator original do processo foi destituído, indicado outro, que não durou 10
minutos e, depois de uma votação, foram indicados outros três nomes de onde saiu
o do deputado Marco Rogério, do PDT de Roraima. Tudo indica que ele será o novo
relator, mas em se tratando de Conselho de Ética (?), tudo pode acontecer.
Temos que esperar para ver o que vai ocorrer na sessão, em princípio, marcada
para a tarde de hoje.
Sobre o impeachment da presidente Dilma, depois que o
ministro Luiz Eduardo Fachin, indicado por ela para o STF, trancou tudo e
remeteu a matéria para a sessão do dia 16, não resta mais nada a fazer a não
ser esperar. Até lá, meus amigos, tudo pode acontecer. De um tribunal composto
por ministros indicados pelo presidente da República, se pode esperar qualquer
surpresa. Aquela questão da isenção, tão necessária ao judiciário, faz tempo
que deixou de ser prioridade.
Enquanto isso, passamos a conviver com uma inflação oficial
de 10,48%. Mesmo não sendo entendido em cálculos de valores, imagino que quem
recebe um salário mínimo de R$ 788, descontando a inflação, já larga com o
mesmo valendo R$ 705,40.
No sábado, minha mulher solicitou um botijão de gás de
cozinha pois já estávamos usando o de reserva. Quando paguei, levei um susto:
R$ 60,00! Daí fiquei imaginando como uma família que ganha um pouco acima do
salário mínimo, pode sobreviver com uma inflação de 10,48% pagando R$ 60 por um
botijão de gás. De onde sai o dinheiro para alimentação, saúde, roupa, luz, que
também está pela hora da morte, e educação? São sobreviventes que acabam
vivendo em meio a marginalidade de vilas extremamente populares e que dão graças a
Deus quando conseguem direcionar seus filhos para o lado normal da vida,
fugindo das drogas e da bandidagem.
Já nem falo na gasolina que está custando quase R$ 4 por
litro nem no aumento sem medidas dos medicamentos. E o governo, incapaz e
inconsequente, está acabando com as farmácias populares.
O melhor mesmo, é virar o rosto para o lado contrário das
manchetes de jornais e desligar o computador. Mas daí é tentar viver num mundo
irreal, aquele que só existe para os que insistem em acreditar nas mentiras
governamentais.
Esquecem que nem sempre dá para acreditar!
Tenham todos um Bom Dia!
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