Movimento
já atinge 11 estados
Fotos: FolhaPress |
Um
grupo de caminhoneiros iniciou na madrugada desta segunda-feira protestos em
rodovias e avenidas de pelo menos onze Estados. O movimento, que pede a
renúncia da presidente Dilma Rousseff, foi organizado por motoristas autônomos
desvinculados dos sindicatos e não tem previsão para acabar.
No
Rio Grande do Norte, há um ponto de bloqueio próximo à cidade de Moçoró, de
acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Cerca de 50 caminhoneiros
interditam, desde às 6 horas, o quilômetro 51 da BR 304. O trânsito está
liberado apenas para emergências e carros de passeio. No Tocantins, a BR 153
está parcialmente interditada, próximo ao município de Colina. Segundo a
Concessionária Nova Dutra, caminhoneiros bloqueiam o quilômetro 273,5, no
sentido São Paulo, na altura do município de Barra Mansa. Apenas a faixa da
esquerda está liberada. No sentido Rio de Janeiro, apenas o encostamento está
interditado.
Em
Minas Gerais, a manifestação já dura mais de oito horas, segundo a PRF. No
momento, estão interditadas as rodovias BR 381, do quilômetro 359 ao 513, na
altura de João Monlevade (MG); a BR 262, no quilômetro 412, em Igaratinga (MG);
e a BR 040, no quilômetro 627, em Conselheiro Lafaiete (MG). Em Capim Grosso,
na Bahia, manifestantes interditaram o quilômetro 230 da BR 407 e queimaram
pneus.
Motoristas
também protestam em cinco pontos diferentes na BR 376, no Paraná, na altura das
cidades de Paranavaí, Nova Esperança, Apucarana e Califórnia. Em Santa
Catarina, na cidade de São Bento do Sul, o quilômetro 122 da BR 280 está
bloqueado parcialmente. No trecho, os caminhoneiros deixam livre a passagem
para automóveis e ônibus. Pela manhã, houve interdições em vias do Rio Grande
do Sul. No entanto, elas já foram liberadas, segundo a PRF.
Em
São Paulo, os caminhoneiros interditaram totalmente a pista expressa da Marginal
Tietê, na altura da Ponte da Casa Verde, na Zona Norte da cidade. Segundo a
Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), os motoristas começaram a ocupar o
local por volta das 11h.
De
acordo com o organizador do movimento, Ivar Luiz Schmidt, não há previsão para
o fim da greve. "Ficaremos paralisados até que a presidente Dilma
renuncie", afirmou. Schmidt também foi o responsável por liderar a
paralisação de fevereiro, que ocorreu em diversos Estados e chegou a afetar a
distribuição de combustível pelo país. Na ocasião, o grupo pedia pela redução
do preço do óleo diesel, criação do frete mínimo e liberação de crédito
subsidiado para os transportadores. "As reivindicações (de fevereiro) não
foram atendidas. Agora não queremos negociar, não aceitaremos acordo. Queremos
a renúncia da presidente", afirmou Schmidt.
Apesar
da articulação, a categoria representada pela Federação dos Caminhoneiros
Autônomos de Carga Geral do Estado de São Paulo não aderiu ao movimento.
"Os sindicatos entendem que o governo federal tem dificuldades para
cumprir todas as requisições. Por, isso não aderimos à greve", afirmou o
presidente da Federação dos Caminhoneiros de Carga em Geral do Estado de São
Paulo, Norival de Almeida Silva. Para Almeida, a paralisação não assusta. "Pelo
que pudemos observar, são poucos os motoristas que vão aderir ao
movimento", disse.
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