Horóscopo!
Resolvi dar uma olhada nas previsões do meu horóscopo
para hoje. Olhem só o que ele me diz:
“Há algo superior em você que se dispõe a ir além das
questiúnculas que distorcem os relacionamentos. Porém, ao mesmo tempo, também
há em você algo inferior que se lança visceralmente na direção de tudo que
alimenta a distorção.”
Li novamente e fiquei pensando no que poderia acontecer
no meu dia para confirmar a previsão do meu horóscopo para hoje. Pensei em ler
novamente, pois talvez não tivesse entendido, mas desisti.
Então fiquei matutando sobre o que poderá me fazer “ir
além das questiúnculas que distorcem os relacionamentos”. Não consegui decifrar
nem lembrar de alguma questiúncula que esteja distorcendo algum tipo de
relacionamento meu.
Fui para a segunda parte e quase desabei quando fiquei
sabendo que existe em mim “algo inferior que se lança visceralmente na direção
de tudo que alimenta a distorção”.
Aí é demais. Definitivamente não sei como nem o que fazer
para poder conviver com os presságios do meu horóscopo. Pensei em voltar para
debaixo das cobertas, apagar a luz e fechar a porta do quarto. Quem sabe o dia
passa mais depressa e os presságios para amanhã sejam melhores ou, pelo menos,
mais claros. Não dá. Tenho que trabalhar.
Então fiquei pensando em quanta gente leva esse tipo de
coisa a sério. Pessoas compram o jornal e até revistas especializadas, apenas
para ler o horóscopo e saber o que fazer no dia. E o pior é que, quando
coincidentemente alguma coisa chega perto do que foi previsto, afirmam
orgulhosos que o horóscopo estava certo.
Quanto trabalhei em jornal, um colega encarregado da
página de variedades, tinha uma pasta cheia de páginas de horóscopo que ele,
todos os dias, abria para escolher uma delas para publicar. Tudo assim, aleatoriamente,
apenas para preencher o espaço.
No rastro da crença popular nos horóscopos, muita gente
se tornou famosa e alguns até enriqueceram mostrando o que ‘os astros’ estavam
prevendo para o dia dos leitores e ouvintes.
No meu tempo, o mais famoso deles era Omar Cardoso, que
tinha um império construído vendendo horóscopo, pedra da sorte e não sei mais o
que. Outra foi a Zora Yonara, que também espalhou pelo Brasil suas previsões.
Sinceramente, não lembro de alguém que tenha lido no
horóscopo, algum dia, um conselho para jogar nas dezenas tais pois elas seriam
sorteadas na Mega Sena.
Mesmo assim, quase todos os dias leio meu horóscopo. É o
momento de descontração no começo da manhã.
Tenham todos um Bom Dia! Ou, como dizia o Omar Cardoso: “Bom
dia, bom dia mesmo!
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